Na edição 875 de novembro de 2015, o respeitado jornalista Mino Carta, diretor de redação de Carta Capital, escreve o editorial “O espírito do passado” onde afirma que “Dilma Rousseff tem de mostrar que a democracia ainda precisa de uma guerrilheira” porque “trata-se de reencontrar a energia da juventude combativa para assumir a chefia efetiva do governo…”.

Gosto não se discute. Se Mino Carta ainda acredita que existe alguma esperança com o Partido dos Trabalhadores no governo federal, é problema dele. Aliás, é um pressuposto básico da democracia o respeito pelas opiniões contrárias. É o meu caso.

 

Clique na imagem para ampliar

Clique na imagem para ampliar

 

Minhas críticas ao jornalista criador de Veja, entre outras publicações, são frutos de sua contradição. Por exemplo. Nesse mesmo editorial, Carta escreve: “Como reagir diante das últimas capas das revistas Veja e Época? Independente das acusações que precisam ser provadas, algo similar não aconteceria, disso tenham certeza, em qualquer país civilizado e democrático”. Nas páginas centrais, ele morde a própria língua, Façam o que eu digo, nas não façam o que eu faço.

Essa expressão popular cai como uma luva. Pergunto ao jornalista Mino Carta: Como o senhor explica que nas páginas centrais da mesma edição de sua revista está publicada a “reportagem” assinada por Henrique Beirangê intitulada “Ladrões do futuro”? Na sua abertura, também chamada de linha fina, por exemplo, lê-se: “A corrupção na compra de material escolar financiado pelo estado”. E mais abaixo uma chamada (olho) afirma: “O tucano Ortiz Júnior, prefeito de Taubaté, liderava o esquema”.

É inacreditável como que uma mesma publicação dirigida por Mino Carta consiga contemplar tamanha contradição.

A “reportagem” omite ostensivamente o nome da fonte intitulada de “lobista ligado ao prefeito de Taubaté”. Os leitores de CONTATO estão carecas de saber que se trata de Djalma Santos, um empresário da vizinha Pindamonhangaba, que se sentiu traído pelas empresas que teriam vencido a concorrência pública realizada pela FDE para o fornecimento de mochilas para a rede municipal de ensino da terra de Lobato.

De qualquer forma, estão em andamento os processos para apurar as responsabilidades nas esferas civil, criminal e eleitoral. Até o momento, porém, não houve qualquer decisão final por parte da Justiça.

O que Carta Capital fez não passa de uma matéria mais que requentada para atender interesses não se sabe de quem ou de qual partido. Aliás, Mino Carta é contra qualquer opinião menos crítica aos tucanos, especialmente ao governador Geraldo Alckmin. O leitor que tiver interesse em conhecer as falcatruas cometidas contra a FDE, seus autores e a situação jurídica dos mesmos encontrará farto material nas edições do Jornal CONTATO. Foi exatamente o que o repórter de Carta Capital não fez.

Paulo de Tarso Venceslau

 

Notas e matérias sobre o caso FDE: 548, 549, 555, 556, 562, 567, 568, 569, 572, 573, 575, 576, 578, 580, 583, 584, 588, 591, 592, 598, 600, 609, 610, 611, 612, 614, 615, 616, 618, 619, 627, 630, 651, 652, 653, 655, 667, 674, 684, 692, 697 e 705