Paulo Roberto da Silva, juiz da 141ª Zona Eleitoral, reafirmou que o prefeito afastado Ortiz Júnior (PSDB) encontra-se inelegível. A decisão não poderia ser diferente porque o Tribunal Regional Eleitoral já havia firmado essa condição quando manteve a sentença de primeira instância que o condenou por abuso de poder econômico. 
Portanto, não há qualquer novidade a respeito desse assunto. Assim como o candidato a vice Edson Aparecido de Oliveira não sofrerá qualquer impugnação para essas eleições. Traduzindo, ao contrário de Ortiz Júnior, Edson encontra-se elegível.
O juiz eleitoral decidiu também que o registro da Chapa apresentada com as candidaturas a prefeito e a vice-prefeito não pode ser deferido, apesar de Edson Aparecido de Oliveira preencher as condições de elegibilidade. Mas concluiu que fica indeferido o pedido de registro da chapa apresentada, para eleições de prefeito e de vice-prefeito.

Corrida contra o tempo
A legislação eleitoral determina que o prazo limite para a substituição de um candidato por outro se encerra na segunda-feira, 12 de setembro. Portanto, Ortiz Júnior não dispõe de tempo para realizar as manobras necessárias para postergar a decisão e a consequente execução por parte da Justiça Eleitoral.
Tudo indica que até segunda-feira, 12, a coligação que apoia a candidatura tucana deverá apresentar um nome para substituir o de Ortiz Júnior.
Outras medidas, porém, poderão ser impetradas pelos advogados do candidato tucano. Essas iniciativas poderão ser acatadas ou não pela justiça. Mas não se pode esquecer que a decisão de primeira instância desfavorável a Ortiz Júnior foi mantida pelo Tribunal Regional Eleitoral. E, a condenação em segunda instância é suficiente para torná-lo inelegível, conforme a Lei da Ficha Limpa.
Diante desse quadro, pode-se concluir que a solução final caberá ao Tribunal Superior Eleitoral que no dia 1º de agosto condenou Ortiz Jr por 4 votos a 3o por abuso de poder político e econômico para financiar sua campanha nas eleições de 2012.

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Tudo indica que as lágrimas serão insuficientes para manter Ortiz Jr na PMT

Crime
Mesmo sem exercer oficialmente qualquer cargo na FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação – presidida pelo pai Bernardo, Ortiz Jr teria comandado o esquema que fraudou licitações para compra de mochilas para a Fundação. E as empresas beneficiadas pela fraude teriam oferecido ‘comissão’ em troca do benefício.
De acordo com o MP, teriam sido arrecadados de forma ilícita cerca de R$ 8 milhões para a campanha eleitoral de Junior, eleito em segundo turno com 62% dos votos válidos.

Desdobramentos

Mais uma vez, a sorte poderá favorecer o prefeito afastado porque, se o seu pedido de registro de candidatura, negado em Taubaté, chegar ao TSE, haverá um novo sorteio para definir quem será relator, que até então foi o ministro Herman Benjamin, um acusador implacável de Ortiz Júnior.
Um relator mais brando poderá, eventualmente, ajudar o prefeito afastado e quiçá mantê-lo na disputa eleitoral. Loteria pura! Dificilmente Ortiz Júnior conseguirá escapar da degola final.
Mas, na AIJE, que aguarda a publicação do acórdão proferido no dia 1º de agosto, que manteve a condenação de Ortiz Júnior e que tem o ministro Herman Benjamin como relator, tão logo isso ocorra, poderá ser pedido a suspensão da inelegibilidade, que, segundo especialistas, a probabilidade de concessão é bastante remota.
O plano que inicialmente apontava o deputado Padre Afonso com seu sucessor na disputa eleitoral fez água quando o convidado recusou o convite do candidato e passou a apoiar Pollyana Gama, sua concorrente que lidera a corrida, segundo pesquisa do Instituto Mind.
O novo nome, não importa quem seja o escolhido, provocará um racha na aliança capitaneada pelo PSDB de proporções que poderão surpreender muita gente. Isso é um fato.
Portanto, os próximos dias serão ocupados por negociações que deverão apontar o nome escolhido com o menor estrago possível.
Pragmaticamente, todos os aliados de Ortiz Júnior têm algum tipo de acordo com a candidata Pollyanna Gama (PPS), com negociação feita caso a caso.
Essa etapa da disputa deverá ser concluída até segunda-feira, 12, prazo limite para a mudança de nome para substituir Ortiz Júnior na corrida ao Palácio do Bom Conselho.

Debate JCPaulo de Tarso e Carlos Marcondes entrevistaram Ortiz Jr na terça, 06 de setembro

Caso Ortiz Júnior insista em permanecer no páreo, o estrago poderá ser maior e poderá resultar na ausência de candidato tucano ou apoiado pelo PSDB na disputa pela prefeitura de Taubaté.
Nesse caso, estarão abertas as porteiras para que a candidata Pollyana possa ser eleita no primeiro turno da disputa eleitoral porque não serão computados os votos sufragados favoravelmente a Júnior Ortiz.
Na entrevista com o ainda candidato tucano realizada na terça-feira, 06, essa hipótese foi apresentada ao entrevistado que preferiu não comentar.