Imaginem chegar em casa e encontrar alguém quebrando a mureta do jardim e quando perguntado quem havia autorizado o trabalhador diz que foram ordens expressas do dono da casa e quando perguntam para a empreiteira o responsável manda parar a obra porque também não sabia quem ordenou. Isto é Taubaté!

 

Uma cidade onde todo o mundo manda é uma cidade abandonada. No mínimo, maltratada. É isso que acontece com a terra de Lobato. A prova disso foi o flagrante abuso de (falta) autoridade registrado por munícipes e pela reportagem do CONTATO. Até agora, ninguém sabe quem autorizou a quebra de canteiro na Praça Santa Terezinha para facilitar a entrada do carrinho de lanches em frente ao Banco Santander. E mais, a obra era para que o dono daquele comércio pudesse usufruiu de um espaço maior para atender seus clientes e acomodar seu carrinho. Vamos aos fatos

Flagrante

Moradores da Praça estranharam o trabalho que estava sendo executado por dois ou três funcionários da Prefeitura, supervisionados por outros dois. Eles simplesmente estavam quebrando a guia do canteiro do jardim, localizado ao lado da igreja e em frente ao banco Santander e da loja de Tintas Taubaté, que coincidentemente pertence à família da primeira-dama Mariah Perrota Ortiz

Em primeiro lugar, é inadmissível a presença de carrinho de lanches naquele espaço público. No mínimo, por causa da sujeira promovida pelos clientes e da gordura que toma conta da via pública. Se a atividade for legalizada, cabe à Prefeitura exigir que aquele comércio garanta as mínimas condições de higiene. Além disso, trata-se de uma atividade que não recolhe impostos e concorre com o comércio similar que paga os impostos e oferece conforto e condições de higiene para seus clientes.

Cidadania em ação

Alguns munícipes questionaram a finalidade daquela obra. A primeira resposta  dos funcionários municipais foi de que eles estavam abrindo espaço para facilitar a entrada do carrinho de lanches, que usa todas as noites aquele espaço para produzir e vender seus produtos. Chocados, os cidadãos perguntaram quem havia autorizado. Ouviram que tratava de ordens explícitas do prefeito Ortiz Júnior.

Naquele exato momento, vereador João Vidal (PSB), líder do prefeito na Câmara Municipal, se encontrava na feira de produtos vegetais orgânicos comercializados naquele espaço, diariamente gravando alguma mensagem. Informado por uma munícipe, ele prometeu (e cumpriu) que tomaria as devidas providências. Ao mesmo tempo, os moradores informaram ao secretário de Planejamento Dennis Diniz que alegou desconhecer do que se tratava. A mesma resposta dada pelo secretário da Cultura, Cláudio Marques.

Nossa reportagem procurou Wanderlan Carvalho, funcionário da secretaria da Cultura responsável pelo patrimônio histórico, cultural e ambiental da terra de Lobato, que também desconhecia. Porém, prometeu que iria procurar saber e que daria um retorno por volta das 11h:00.

Ainda pela manhã nossa reportagem esteve no local e soube através dos funcionários que realizavam aquele serviço que o mesmo havia sido suspenso, porém, recusaram-se a fornecer mais informações à reportagem.

Casa da mãe joana

Um episódio aparentemente sem maiores implicações permitiu que aflorassem algumas questões extremamente comprometedoras para a atual administração. Vejamos:

1)      Em 2008, em pleno período eleitoral, o então prefeito Roberto Peixoto autorizou que a banca de jornal Romano, instalada no lado da praça cuja rua segue como Voluntário Pena Ramos, aumentasse sua área construída. Na ocasião, apesar da denúncia feita por CONTATO e o apoio do vereador Carlos Peixoto que tentou fazer cumprir a lei que proíbe esse tipo de obra, o então prefeito atropelou a todos. A banca devidamente ampliada continua lá até hoje. A única diferença é que Peixoto assumiu sua decisão. Será que Ortiz Júnior segue a mesma toada?

2)      Em julho de 2014, as autoridades consultadas afirmaram desconhecer a obra que estava sendo executada em plena terça-feira, 08, dia em que a Seleção Canarinho foi humilhada pela poderosa Alemanha. Por causa do jogo, a terça foi ponto facultativo municipal.

3)      O prefeito em viagens de férias estava inacessível.

4)      O secretário de Obras, segundo apurou nossa reportagem, desconhecia o que estava sendo realizado. Não respondeu às nossas ligações.

5)      No mesmo dia, a Prefeitura iniciou, sem qualquer critério, a poda indiscriminada de todas as árvores que eventualmente poderiam prejudicar a iluminação da Praça Santa Terezinha (Ver texto do Movimento Preserva Taubaté)

6)      Diante da pressão, a obra foi suspensa e refeita a mureta destruída. O secretário de Obras não atendeu ligação da nossa reportagem.

 

Viatura da secretaria de Obras que acompanhava a obra que secretários desconheciam

Viatura da secretaria de Obras que acompanhava a obra que secretários desconheciam

O estrago estava sendo feito em frente à loja Tintas Taubaté, da família da primeira dama

O estrago estava sendo feito em frente à loja Tintas Taubaté, da família da primeira dama

Funcionário da Prefeitura demolindo a mureta para facilitar a entrada do carrinho de lanches

Funcionário da Prefeitura demolindo a mureta para facilitar a entrada do carrinho de lanches