Lula fugiu dos novos ministros – Fufuca e Sílvio Costa Fº com o ministro Padilha – e foi chupar jabuticaba

Depois de dois meses de namoro, Lula e o Centrão oficializaram o casamento. O acordo nupcial foi selado com a entrega de dois ministérios. Mas os noivos não parecem muito felizes com o enlace.

O PP emplacou André Fufuca no Esporte. Com pinta de atleta de videogame, o deputado surrupiou a cadeira da medalhista olímpica Ana Moser. Ainda assim, seu partido fez pouco-caso da troca.

O presidente da sigla, Ciro Nogueira, passou o Dia da Independência avacalhando o governo. Disse que Lula “desfilou para ninguém” e definiu o público que foi à Esplanada como “companheirada de aluguel”.

Em outra provocação, o senador afirmou que “7 de Setembro sem Jair Bolsonaro é como Fórmula 1 sem Ayrton Senna”. Uma descortesia com o bolsonarista Nelson Piquet, que chegou a dirigir o Rolls-Royce presidencial para bajular o capitão.

Responsável pela indicação de Fufuca, Arthur Lira esnobou o convite para assistir à parada militar em Brasília. O chefão da Câmara preferiu passar o feriado em Alagoas. Para quem o conhece, a ausência foi um recado de que ele ainda não levou tudo o que queria.

Lula fugiu da foto com os “noivos” e foi comer jabuticaba

A nomeação de Silvio Costa Filho deveria ser menos embaraçosa. O novo ministro votou em Lula e cultiva amizades no PT. Seu pai ficou com Dilma Rousseff até o fim, enquanto Fufuca votou a favor do impeachment embrulhado na bandeira do Maranhão.

Mesmo assim, o Republicanos fez questão de se desvincular da escolha. Em nota, a sigla disse ontem que “não fará parte da base do governo e seguirá atuando de forma independente”. O ministro foi obrigado a se licenciar da direção partidária.

Os bispos que mandam na sigla topam negociar com Lula, mas não querem romper com Bolsonaro. Em outro 7 de Setembro, há quatro anos, Edir Macedo circulou como presença VIP do camarote presidencial.

Apesar dos constrangimentos, o governo considera que a reforma ampliará sua base na Câmara. Pode ser, mas Lula não disfarça o incômodo com as novas companhias. Depois de postergar as nomeações até o limite, o presidente driblou a foto protocolar com os futuros ministros. Preferiu terceirizar a tarefa para o petista Alexandre Padilha.