Por Marcos Limão (texto e foto)

Foi um  fiasco o depoimento  prestado por José Eduardo Bello Visentin, advogado do lobista Djalma Santos, pivô do escândalo da FDE, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na tarde de sexta-feira, dia 18. Ela foi instituída na Câmara Municipal a partir da denúncia feita por Visentin de possível direcionamento de licitações nos poderes Legislativo e Executivo. À época, ele entregou ao Ministério Público cinco declarações públicas registradas em cartórios com a antecipação do resultado de 5 licitações, e a promotoria instaurou inquérito civil para apurar o caso.

O depoimento do advogado foi aguardado com ansiedade por quem acompanha a política municipal, porque nos bastidores corria a informação de que ele apresentaria novas denúncias  contra o prefeito Ortiz Júnior (PSDB). Na sexta-feira, ele apresentou à CPI mais duas declarações públicas com a antecipação de outras duas licitações que acabaram não sendo levadas adiante, porque foram revogadas pelo Palácio do Bom Conselho.

Para a CPI, o advogado afirmou categoricamente que não tem provas das denúncias feitas. Disse mais: que fará uma apuração mais apurada para ver se consegue obter provas materiais das denúncias feitas. Presidente da CPI, o vereador Carlos Peixoto (PMDB) perguntou ao depoente se ele não estaria sendo leviano ao fazer denúncias sem provas contra a Prefeitura de Taubaté e a Câmara Municipal. “Até agora o senhor não apresentou prova nenhuma, mas colocou em xeque a credibilidade da Presidência da Câmara”, completou.

Visentin respondeu que somente registrou em cartório as informações passadas por Ortiz Júnior (PSDB) a Djalma Santos, de que beneficiaria aquelas empresas denunciadas nas declarações públicas caso assumisse o cargo de prefeito.

Diante disso, os membros da CPI afirmaram ser de fundamental importância convidar Djalma Santos para prestar depoimentos. Contudo, Visentin antecipou que “ele [Djalma] também não tem provas”. Os vereadores já analisam a hipótese de pedir o arquivamento da CPI, visto que ela fora instituída com base nas denúncias feitas pelo advogado ao Ministério Público.

Aos jornalistas presentes à reunião da CPI, Vinsentin exibiu ofício enviado pelo promotor público Silvio Marques ao Procurador Geral de Justiça solicitando o desarquivamento da investigação de formação de cartel contra Ortiz Júnior (PSDB) pelo fato de Djalma Santos ter apresentado novas provas contra o prefeito.