Por Paulo Lacerda (texto e fotos)

Na manhã desta segunda-feira, dia 19, cerca de 150 funcionários da FUST (Fundação Universitária da Saúde de Taubaté) deram início à greve por período indeterminado no Hospital Universitário. A paralisação segue por tempo indeterminado, sendo mantido apenas 30% do efetivo conforme determina a legislação.

Os funcionários alegam que desde o dia 1° de abril, data em que houve a fusão dos hospital Universitário e Regional, que passaram a ser gerido pelo Governo do Estado por meio do Grupo São Camilo, as condições de trabalho pioraram. Ao assumir a administração do HU, o governo estadual não absorveu a mão de obra que era da FUST. Calcula-se que há um passivo trabalhista entre R$ 2 e R$ 3 milhões com os funcionários da FUST, que chegam a receber três vezes menos que os funcionários do Grupo São Camilo para realizarem os mesmo serviços. Os manifestantes denunciaram casos de assédio moral que estariam ocorrendo no ambiente hospitalar para forçar pedidos de demissão.

A mobilização começou às 7h30 em frente ao Hospital Universitário foi escoltada pela Polícia Militar. De lá, os manifestantes seguiram para o prédio administrativo da FUST, na rua Doutor Granadeiro Guimarães. Então, o presidente da entidade, Isnard de Albuquerque Câmara Neto, recebeu uma comissão de manifestantes. Câmara Neto disse que a FUST, ligada à UNITAU, não tem recursos para arcar com as dívidas trabalhistas e que, na sua avaliação, o governo do estado deveria assumir esse passivo trabalhista. Disse ainda desconhecer as denúncias de assédio moral.

Em seguida, os manifestantes rumaram ao Departamento Regional de Saúde, entidade ligada ao governo estadual e que gerencia a saúde pública na região. A diretora do DRS, Sandra Tutihashi, foi categórica: “Hoje eu não estou preocupada com a situação de vocês, claro que isso me incomoda, mas não está em minhas prioridades. A resposta para vocês deve vir da Universidade [de Taubaté]. Essa história de que a Universidade não tem dinheiro para resolver a situação de vocês é conversa para boi dormir”.

Sandra Tutihashi ligou para o Reitor da UNITAU e agendou reunião, programada para ocorrer na manhã de terça-feira, dia 20, às 8h, junto com Isnard de Albuquerque. Todos os detalhes da mobilização dos funcionários do HU o internauta poderá ler na edição 609 de CONTATO.

Isnard (à esquerda) conversa com o advogado Bruno Bohler, do sindicato dos servidores, sendo observado pela imprensa

Diretora do DRS, Sandra Tutihashi: “Essa história de que a Universidade não tem dinheiro para resolver a situação de vocês é conversa para boi dormir”