Agenda da crise para a próxima semana já está definida com depoimentos de ministros, delegados e a deputada Carla Zambelli

A exemplo do que fez a Lava-Jato com Lula, Sergio Moro vai transformando sua saída do Ministério da Justiça num escândalo lento e diário para o governo de Jair Bolsonaro.

Não bastasse o estrago político do noticiário em torno do vídeo da reunião citada por Moro e que o Planalto luta para esconder do STF, há pouco, a GloboNews revelou o calendário do escândalo para a próxima semana.

Na esteira do depoimento de Moro na Polícia Federal, na próxima semana os investigadores irão interrogar na segunda-feira os delegados citados pelo ex-ministro. Na terça, será a vez dos ministros da ala militar, Augusto Heleno, Luiz Eduardo Ramos e Walter Braga Netto. Detalhe, eles terão de depor presencialmente, sem o luxo de responder por escrito.

Depois de ocupar as manchetes de segunda com os delegados que teriam testemunhado a interferência política de Bolsonaro e a terça com os ministros do núcleo duro presidencial, que não poderão mentir para blindar o presidente, será a vez, na quarta, do escândalo chegar ao Congresso.

Os investigadores irão interrogar neste dia a deputada Carla Zambelli, que tentou assumir o papel de recrutadora de ministros do STF numa conversa pelo WhatApp com Moro. A fala de Zambelli, que se atrapalhou em todas as vezes que tentou abordar o assunto publicamente, deve ser a cereja do bolo.

Depois de três dias de noticiário de depoimentos, virão os dias de divulgação das histórias contadas pelos interrogados. Nesse caminho, a agenda palaciana do governo seguirá mergulhada num escândalo de aparelhamento político da PF para atender interesse pessoais do presidente e sua família.