Gilberto Natalini, 62 anos, médico cirurgião, no quarto mandato de vereador na capital paulista, é o pré-candidato do Partido Verde ao governo do estado. Na segunda-feira, 02, nossa reportagem entrevistou-o no escritório político do deputado estadual Padre Afonso Lobato, que acompanhou a conversa ao lado do também médico Isael Domingues, vice-prefeito de Pindamonhangaba e pré-candidato a deputado federal.

Natalini tem uma longa militância no movimento popular, particularmente na zona leste de São Paulo, desde 1970. Além dos inúmeros cargos públicos que exerceu concomitantemente, é vice-presidente da Comissão da Verdade da Câmara Municipal paulistana.

Ex-militante do PCdoB, abandonou quando aquele partido se alinhou ao PT, e do PSDB, do qual se afastou depois do ruidoso silêncio diante dos escândalos que envolveram militantes da sigla, Natalini é membro do Partido Verde desde 2011. Foi convidado para ser candidato a governador pela sua militância nos movimentos sociais ligados à saúde e ao meio ambiente.

Eis o resumo de um jogo rápido que manteve com nosso diretor de redação:

Como foi sua militância política durante a ditadura? Juntamente com muitos companheiros, quase morremos por defender a democracia. Fui preso 17 vezes.

Valeu a pena? Valeu. Mas infelizmente transformaram a democracia em uma lambança. Isso que está aí não é a democracia pela qual lutamos.

Nunca pensou em filiar-se ao Partido dos Trabalhadores (PT)? Sempre vimos o PT com muita desconfiança. No PCdo B dizia-se que era uma falsa oposição criada pela burguesia para impedir que lideranças como Carlos Prestes, Miguel Arraes e Leonel Brizola voltassem à vida política. Lula era uma liderança popular ligado às forças mais retrógradas da sociedade.

Porque saiu do PCdoB? Saí quando ele se rendeu ao PT. Não fui e nunca serei carrapato do PT.

E como foi sua decisão de aderir ao PSDB? Quando fui convidado por Mário Covas.

E o PV? Por ser um partido temático onde é possível fazer meu trabalho voltado ao meio ambiente.

Quais suas principais bandeiras? São três: defesa da democracia, da natureza e da vida, e da ética na política.

E para Taubaté e o Vale do Paraíba? Acabar com essa briga entre os governos do Rio e São Paulo pelas águas do rio Paraíba. Mas sempre reforçando a questão da saúde. Taubaté está afogada diante da demanda por serviços de saúde. Meu compromisso é aumentar de 12 % para 15 % o orçamento da saúde. Uma medida aparentemenre simples que poderá desafogar muitas prefeituras. Tem cidade que tem mais de 36 % de seu orçamento comprometido com a saúde.

Mais algum ponto? A gestão atual é muito autoritária, vamos democratizá-la. E temos um projeto sobre mobilidade urbana com o uso de trens. Inicialmente, serão implantadas linhas ferroviárias entre as regiões de Campinas e Sorocaba, na Baixada Santista e entre as cidades do Vale do Paraíba.

O PV é da base do governador Geraldo Alckmin; isso altera alguma coisa? O partido é da base para garantir a governabilidade. No primeiro turno debateremos nossas propostas. O segundo depende do que será reavaliado.