Membro da direção nacional do PT e dirigente do grupo “Articulação de Esquerda”, o historiador Valter Pomar é um dos pré-candidatos à presidência do PT, que acontecerá por meio de eleição direta em novembro.

Ele disse a esse repórter que alguns setores do partido “tratam os filiados como gado” e acham que são “donos do voto”. Pomar lembra que o chamado “Campo Majoritário”, do qual fazem parte Lula e Dilma, diminuiu seu tamanho de 70% para 50% do partido desde 2001.
Sobre o tratamento que seu grupo dará aos réus do mensalão na campanha interna, Pomar é cauteloso. “Não vamos fulanizar o debate”.
Segundo um documento oficial da “Articulação Esquerda”, houve uma “manipulação do julgamento do chamado mensalão” e um “conluio entre setores da direita do judiciário, empresas de comunicação e oposição de direita”.
A campanha pela presidência do PT começa oficialmente em abril e termina em novembro. Ainda segundo Pomar, “não há favoritos” na disputa pelo comando petista. “Tudo vai depender da conjuntura política e do nível de debate na base do PT”. A expectativa é que pelo menos quatro postulantes entre na disputa.
O atual presidente, Rui Falcão, que tenta a reeleição, é apoiado por Lula e Dilma. Em 2005, o efeito mensalão prejudicou o desempenho do campo majoritário do PT, que passou sufoco para eleger Ricardo Berzoini como presidente.
Seu rival, o gaúcho Raul Pont, reuniu uma grande frente, mas acabou ficando com o segundo posto mais importante na hierarquia partidária: secretário geral.
Por Pedro Venceslau (pvenceslau@brasileconomico.com.br)