Na terça, 26, os bolsonaristas estavam eufóricos. O Superior Tribunal de Justiça fluminense havia autorizado a operação de busca e apreensão em vários endereços. O Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel, foi ocupado pela PF nas primeiras horas da manhã. O mesmo ocorreu com o escritório da esposa Helena Witzel. Ex-aliado de Bolsonaro, Witzel se tornou em desafeto público do presidente. Bolsonaro et caterva não pouparam elogios à PF.

Wilson Witzel

Governador Wilson Witzel, de aliado a desafeto do presidente Bolsonaro

            Na quarta, 27, tiveram de curtir a ressaca. O ministro Alexandre de Moraes autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão no inquérito das Fake News no STF e o bloqueio das contas nas redes sociais de ativistas bolsonaristas. Alegou que “o bloqueio de contas em redes sociais, (…) é necessário para a interrupção dos discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”.

Moraes deixou claro que ainda não sabe quem são os responsáveis por alguns dos perfis investigados por espalhar notícias falsas e mensagens de ódio. São eles: @bolsoneas, @patriotas e @taoquei1.

 

 

Sessao do STF no doa seguinte a denuncia do Joesley  Batista (JBS) contra o presidente Michem Temer. Facchin com Alexandre Moraes. Foto: Sérgio Lima/PODER 360

Ministro Alexandre de Moraes age em defesa das instituições

Segue lista com 16 dos 29 apontados como suspeitos:

Roberto Jefferson, ex-deputado federal (RJ)

Luciano Hang, empresário (SC)

Edgard Corona, empresário (SP)

Allan dos Santos, blogueiro (DF)

Sara Winter, ativista (DF)

Winston Lima, militar reformado e coordenador de manifestações pró-Bolsonaro (DF)

Bernardo Kuster, youtuber (PR)

Reynaldo Bianchi, humorista (RJ)

Eduardo Fabris Portella, ativista (PR)

Paulo Gonçalves Bezerra (RJ)

Edson Pires Salomão, chefe de gabinete do deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP)

Enzo Leonardo Suzi Momenti (SP)

Marcos Dominguez Bellizia (SP)

Otavio Oscar Fakhoury, investidor (SP)

Rafael Moreno (SP)

Rodrigo Barbosa Ribeiro (SP)

No despacho em que autorizou a operação contra o esquema de disseminação de ‘fake news’, o ministro estabeleceu prazo de 5 dias úteis para o Twitter fornecer os dados dos donos dessas contas.

O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (Republicanos-SP) reagiram à operação da Polícia Federal que tem como objetivo investigar a disseminação de notícias falsas por parte de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Carlos e Eduardo Bolsonaro

Carlos e Eduardoplaudiram a PF na véspera da ação movida contra seus aliados

Carlos insinua que a ação, deflagrada a mando do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, seja proposital. “Querem incentivar rachaduras diante de inquérito inconstitucional, político e ideológico sobre o pretexto de uma palavra politicamente correta? Você que ri disso não entende o quão em perigo está!”, afirma o vereador.

Já Eduardo classificou como “lamentável” a ida à casa do blogueiro Allan dos Santos, do portal Terça Livre. “Aos que acreditavam que o Brasil teria medidas autoritárias após as eleições de 2018, acertaram. Só não contavam que a ordem ditatorial não viria do presidente que eles tanto xingam de ditador.”