Uma das afirmações mais repetidas por médicos, virologistas e pesquisadores na série Pandemia, que estreou na Netflix, em janeiro, é sobre a inevitabilidade de uma pandemia. O documentário chegou ao streaming com um timing assustador: praticamente no momento em que o coronavírus surgia na China e começava a assustar o mundo.

Faltava ainda algum tempo para o mundo conhecer o corona, mas a série já alertava que um vírus letal e devastador, como o da gripe espanhola, que deixou mais de 20 milhões de mortos ao redor do mundo no início do século 20, estava para surgir.

A série, que foi produzida ano passado, já alertava que uma começaria na China e mataria centenas de milhares de pessoas. E mais: a maioria dos países não está preparado e investe pouco em medidas para lidar com essa ameaça global.

wu-han

Atendimento num hospital de Wuhan, foco da crise chinesa

Os pesquisadores, em um dos episódios, dizem que precisam ir para a China em algum momento  e alertam: temos que estar preparados. A série Pandemia acompanha vários profissionais de saúde que estão na linha de frente na luta contra as epidemias de gripe, especialmente as causadas pelo vírus H1N1, responsável pelo surto de influenza em 2009. Na Índia, um médico dedica a vida a pacientes de uma área rural com pouquíssimos recursos: o grande drama do profissional é conseguir que os diagnósticos sejam precoces, já que isso aumenta em muito as chances de cura.

O documentário viaja pela Índia, Egito, EUA, Congo e outros países, contextualizando epidemias como a Gripe Espanhola, Ebola e a Gripe Aviária, tudo pontuado pelo dia a dia de profissionais que trabalham no combate a surtos como o do Coronavírus.

A série também revela outro vírus perigoso:  a desinformação. No Congo, o discurso antivacina ganha força e provoca ataques a médicos e profissionais de saúde. Enquanto isso, os pesquisadores norte-americanos lutam contra o corte de verbas para pesquisas.