A ação faz parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa a Reforma Agrária em memória ao massacre do Eldorado dos Carajás que completa 21 anos; 19 integrantes do Movimento foram mortos pela Polícia Militara na cidade que fica ao sul do Pará. O confronto ocorreu quando 1.500 sem-terra que estavam acampados na região decidiram fazer uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras.

Grupo do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ocupou a Fazenda Guassahy, na altura do quilômetro 119 na Rodovia Presidente Dutra, na madrugada de segunda-feira, 17. Por ser feriado em Taubaté, a Prefeitura comunicou que estudaria o caso apenas na terça-feira. Por nota, o executivo informou que submeteria o caso à Secretaria de Negócios Jurídicos para adotar as medidas cabíveis. Até o fechamento desta reportagem, os integrantes do Movimento afirmaram que não receberam nenhum contato definitivo da Prefeitura.

A área foi ocupada por 100 famílias que pretendem realizar pequenas atividades agrícolas. “Essa atividade faz parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa a Reforma Agrária que o MST está organizando em memória ao massacre do Eldorado dos Carajás que na segunda completou 21 anos”, afirmou Suelyn da Luz, 31 anos, integrante da direção regional do MST.

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O grupo afirma que estão tentando marcar uma audiência com a Prefeitura para resolverem a situação. “Continuamos com as atividades das famílias. Estamos recebendo bastante solidariedade da sociedade civil, das frentes sindicais e de outros movimentos sociais. Hoje de manhã (terça-feira, 18) fizemos um ato político com a presença dessas pessoas”, explicou Suelyn.

As ações da Jornada estão acontecendo em diversas capitais e municípios do Brasil. Integrantes ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Recife. As ações do MST e acontecem até sexta-feira, 21. “Além da Reforma Agrária e da luta pela terra também lutamos pela igualdade de direitos e apoiamos com essa Jornada toda a classe trabalhadora em relação as ofensivas do governo Temer golpista em relação às suas reformas tanto da previdência quanto a trabalhista”, diz a integrante do Movimento.

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Outras famílias estão a caminho da Fazenda, localizada às margens da Dutra, para se juntarem ao grupo. ” É uma área privilegiada e não conseguimos entender o porquê de estar abandonada desta forma. A gente sabe da especulação imobiliária que existe em torno disso devido a localização. Está na esquina de duas grandes rodovias (Dutra e a Carvalho Pinto). É a veia econômica do Brasil”, destaca. “A nossa proposta é essa: que a gente se assente aqui para produzirmos alimentos de qualidade sem veneno para a população de Taubaté”, finalizou Suelyn.

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De acordo com o grupo, a Fazenda tem 300 hectares e pertence à Prefeitura. O local já foi ocupado pelo MST em 2010. No mesmo ano uma Lei municipal foi aprovada e autorizava o executivo a doar parte do terreno para empresas do grupo Unimetal Participações.