O dinamismo da política às vezes surpreende até quem está acostumado com ela. A coligação PSD/PPS/PTN apostava na chapa encabeçada pelo vereador Antônio Mário (PSD), tendo como candidato a vice-prefeito o médico Wander Cunha (PSD). Mas a dobradinha durou poucas horas.
Wander Cunha desistiu do projeto eleitoral e Antônio Mário (PSD) – minutos antes de iniciar a convenção partidária no Plaza Suíte Hotel – convidou o médico Rubens Freire, que aceitou o desafio para ser candidato a vice-prefeito em 2012. O candidato a prefeito limitou-se a dizer que Wander Cunha teve “um problema de ordem pessoal”.
Antes de irem ao hotel para a convenção, militantes do PPS se reuniram na Praça Santa Terezinha para uma carreata. Porém, o encontrou virou uma espécie de consolo mútuo, porque o grupo estava aborrecido pelo fato de não ter conseguido emplacar a candidatura da vereadora Pollyana Gama (PPS), que ficou emocionada e não conseguiu conter as lágrimas na praça. “Eu acho que você iria longe nessa campanha”, disse um militante do PPS. “Ainda dá tempo [de lançar a candidatura do PPS]”, exclamou outro militante para a vereadora.
Antônio Mário e Pollyana Gama tinham fechado o seguinte acordo: caminhariam juntos na pré-campanha e decidiram, no momento oportuno, quem seria o candidato com base em pesquisas. Contudo, as pesquisas apontavam Antônio Mário com uma leve vantagem, que os militantes do PPS interpretavam como “empate técnico”. Então, pesou na decisão final o fato de Antônio Mário ter mais estrutura (leia-se dinheiro) para campanha. “O Mário foi com o rolo compressor pra cima da Pollyana”, confidenciou uma pessoa que acompanhou as negociações.
Já no hotel, a convenção sofreu um atraso de pelo menos 30 minutos porque o grupo do PPS se reuniu para discutir a situação. A expectativa tomou conta do processo, porque havia a possibilidade de o PPS deixar a coligação. Até porque na manhã de hoje, diante do não lançamento da candidatura de Pollyana Gama, uma assessora de Padre Afonso (PV) ligou para Urbano Patto (PPS) para oferecer a vaga de vice para ela, já que ainda não havia um nome definido para a chapa do PV.
Por fim, a reunião do PPS terminou e todos decidiram seguir para a convenção partidária. “A gente só adiou. Ninguém desistiu. Daqui a 4 anos a gente pode estar numa outra situação de melhor estrutura”, declarou Pollyana Gama.
Passado o susto, o candidato a prefeito declarou, durante a convenção, que “nós vamos varrer a corrupção em Taubaté. Se não fosse plágio poderia usar a vassourinha de Jânio Quadros”. E depois elencou os pontos centrais de sua campanha: violência, saúde (que, nas palavras de Antônio Mário, “está sendo irresponsavelmente gerida”) , gestão pública, manutenção do emprego, educação, meio ambiente e trânsito.
“Vamos mudar a filosofia de governo. Não é só desenvolvimento, é aumentar a felicidade de quem mora em Taubaté”, declarou Antônio Mário. A coligação tem como slogan o frase “muda Taubaté” e pretende eleger no mínimo dois vereadores.
As rusgas ficaram evidente entre os dois grupos, PSD e PPS. Ambos queriam lançar seus respectivos candidatos para a corrida rumo ao Palácio Bom Conselho. É mais do que natural que o grupo “derrotado” ficasse chateado. Mas, com o passar do tempo, a tendência é o mal ir se dissipando. Ou não. É o que veremos na campanha eleitoral.