O governo do presidente interino Michel Temer  (no inicio) apresentou  sua logomarca com o slogan “Ordem e Progresso”, inspirado no lema positivista do século XIX com um erro , pois, a imagem usada pela equipe do peemedebista traz apenas 22 estrelas, numa versão desatualizada da atual bandeira do Brasil

Nossa bandeira na Primeira República

Idealizada pelo positivista Raimundo Teixeira Mendes (1855-1927), sob a orientação de Miguel Lemos (1854-1917), a nova bandeira foi desenhada  pelo pintor Décio Vilares (1851-1931). As posições das estrelas foram fornecidas pelo astrônomo e engenheiro Manuel Pereira Reis (1837-1922). No começo da República existiam 21 estados

 O decreto de marechal Deodoro

Decreto 4 de 19 de novembro de 1889 : “Art. 1º – A bandeira adotada pela República mantém a tradição das antigas cores nacionais – verde e amarelo – do seguinte modo: um losango amarelo em campo verde, tendo no meio a esfera celeste azul atravessada por uma zona branca, em sentido oblíquo e descendente da direita para a esquerda, com a legenda – “Ordem e Progresso” – e pontuada por vinte e uma estrelas, entre as quais as da constelação do Cruzeiro, dispostas na sua situação astronômica, quanto à distância e ao tamanho relativos, representando os vinte Estados da República e o Município Neutro, tudo segundo o modelo debuxado no Anexo nº 1.”

O campo verde e o losango dourado da bandeira imperial anterior foram preservados – o verde representava a Casa de Bragança de Pedro I, o primeiro imperador do Brasil, enquanto o ouro representava a Casa de Habsburgo de sua esposa, a imperatriz Maria Leopoldina.

O círculo azul com 22 estrelas brancas de cinco pontas substituiu o brasão de armas do Império. As estrelas, cuja posição na bandeira DEVERIAM refletir o céu visto no Rio de Janeiro em 15 de novembro de 1889, representariam as unidades federativas – cada estrela corresponde um estado específico, além do Distrito Federal.

No infinito, fora da Esfera Celeste

Eu digo deveriam, pois a bandeira nacional não exibe o aspecto do céu do Rio de Janeiro. Ela não reproduz o aspecto do céu, graficamente representável nas cartas celestes, como vistas nem do Rio de Janeiro, nem de nenhuma parte da Terra. Para vê-lo como está na bandeira, teríamos que estar situados muito além: no infinito. Não é o aspecto visível. O que vemos é o céu invertido, de modo que as estrelas que estão a oeste no horizonte da cidade do Rio de Janeiro, na bandeira, estão a leste.

Professor Antônio Marmo

(continua na próxima semana)