Lembro-me sem saudade — porque saudade é coisa para quem não tem espumante na geladeira — de um ano tão difícil que, em julho, eu já estava com a faca e o queijo na mão (ou melhor, com a taça e a garrafa na mão) e decidi: “Chega! Vou fazer um réveillon antecipado!”. Sim, meus amigos, enquanto o Brasil ainda se debatia entre second-hand embarrassments e contas para pagar, eu estava lá, de branco, com uma ceia farta e um champanhe tão gelado que até o Polo Norte ficou com inveja. Porque a vida é curta demais para esperar dezembro! Se a cota de penúria já estava no vermelho em julho, quem disse que eu não podia marcar meu próprio recomeço? Afinal, como diria a divina Fernanda Torres em algum papel icônico: “Ou a gente ri, ou a gente chora. E eu prefiro rir — de preferência com um bom espumante na mão.”
Eu sou daqueles que celebram TUDO. Carnaval? Óbvio. Semana Santa? Claro—mesmo que só pelo chocolate. Dia da Independência? Viva o Brasil, mas principalmente viva o feriado! Até Finados tem seu charme — afinal, que melhor momento para lembrar que estamos vivos e que, por enquanto, ainda não estamos no cemitério? E foi nesse clima de “celebre antes que a conta chegue” que assisti “Ainda Estou Aqui”, filme estrelado (e olha, que palavra maravilhosa, estrelado, como se a Fernanda Torres não fosse só uma atriz, mas um astro de quinta dimensão iluminando nosso cinema) pela nossa Deusa do Humor, do Drama e do Je Ne Sais Quoi Brasileiro. O filme foi tão bom que, depois de assistir, eu fiquei tipo: “Isso! A vida presta! E como presta!” Foi como se, de repente, o país inteiro parasse suas brigas políticas para dizer: “Peraí, gente, a Fernanda Torres acabou de dar um show. Vamos aplaudir primeiro e depois voltamos a discutir a anistia.”
Fernandinha Torres e Eunice Paiva: quem é quem?
Passada a euforia do filme, a pergunta que fica é: “Mas será que a vida presta mesmo?” E a resposta, meus caros, é um sonoro SIM, gritado no melhor estilo torcida organizada em final de campeonato. A vida presta porque estamos vivos! (E isso já é um milagre, considerando o trânsito brasileiro.) Porque temos Fernanda Torres. (Sim, isso merece um parágrafo inteiro só de elogios.) Porque o cinema brasileiro ainda existe e, às vezes, até ganha prêmios. E porque espumante existe. (E se não existisse, teríamos que inventar. Graças a Deus já inventaram.) E mais: a vida presta porque, mesmo depois de uma ditadura militar, crises econômicas, memes ruins e reality shows duvidosos, ainda somos capazes de rir, de fazer arte e de olhar para trás sem (sempre) chorar. Como bem mostrou o filme, a gente consegue transformar até os momentos mais sombrios em algo digno — seja um drama emocionante ou uma comédia tão ácida que até o limão ficaria com inveja.
E aqui, meus amigos, eu faço uma pausa solene (ou não tão solene assim, porque solenidade combina mais com discurso de político) para declarar o óbvio: Fernanda Torres é um tesouro nacional. Se o Brasil fosse um bufê, Fernanda seria aquele prato sofisticado que todo mundo olha e pensa: “Nossa, como é que alguém consegue ser tão bom nisso?” Ela atua com a precisão de um cirurgião, o timing de um comediante de stand-up e a elegância de quem sabe que, no final das contas, a vida é uma grande comédia dramática—e que o melhor a fazer é entrar no personagem e mandar ver. E não é só no cinema! No teatro, na TV, nas entrevistas — a mulher é um espetáculo à parte. Se um dia inventarem um prêmio Nobel da Arte de Viver Com Estilo, Fernanda Torres já nasceu com o troféu na mão.
Então, fechando com chave de ouro (ou melhor, com rolha de espumante estourando no meio da sala): A VIDA PRESTA, SIM! Ela presta quando a gente decide fazer um réveillon em julho. Presta quando o cinema brasileiro nos dá presentes como Fernanda Torres. Presta quando a gente lembra que, mesmo nos anos difíceis, ainda dá para rir—e rir muito. E se um dia você duvidar, faça como eu: vista-se de branco, pegue uma taça, assista a um filme da Fernanda Torres e brinde à vida. Porque no final das contas, como diria a própria diva em algum papel memorável: “Ou a gente ri, ou a gente chora. E hoje, meu bem, a gente RI!” VIVA A VIDA! VIVA FERNANDA TORRES! E VIVA O ESPUMANTE — PORQUE SEM ELE, NADA PRESTA!
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