As chuvas de verão desentocam os içás, as crises políticas revelam detalhes que os pobres mortais desconheciam
No domingo, 23, assisti uma postagem de José Dirceu, no Instagram, alertando (quem? governo Lula? a sociedade? autoridades?) sobre a necessidade de se apurar a responsabilidade (cumplicidade?) do Banco Central no escândalo da liquidação do banco Master e a estranhíssima participação do BRB, banco estatal do Distrito Federal, nesse episódio.
As primeiras perguntas que me vieram à cabeça: Zé Dirceu tem informações privilegiadas? Se tem, qual seria a fonte? Quem seriam seus aliados? O que estaria por trás? O alvo é o BC, o Galípolo ou o próprio governo? Seria parte de sua estratégia eleitoral? Ou apenas seu descontentamento com a elevada taxa da Selic (juros)?
Conheço um pouco o modo de agir desse pessoal. Zé Dirceu não tem mais idade para novas aventuras. Lula, como sempre, não sabe de nada (coitadinho…). O fanatismo petista concorre com o bolsonarismo e por isso mesmo ninguém duvida da versão oficial de um ex-dirigente petista, mas dirigente de fato. Uma situação bem mais confortável do que a do Bozo, mas com desdobramentos inimagináveis para os pobres mortais, como é o meu caso.
A situação fica confusa quando Dirceu critica o BC por não fiscalizar. Não é o que acontece (ou parece). Por exemplo: segundo o próprio BC as investigações internas não vão se restringir apenas às fraudes já constatadas pelo Ministério Público pela PF e que levaram às prisões.
Daniel Vorcaro, CEO do banco Master, seria um mágico das finanças?
Na mira do BC, entre outros, estão ainda o fundo Bravo, um fundo de investimentos do Master administrado pela Reag – alvo de outra operação da PF, a Carbono Oculto, que investigou elos de fintechs e gestoras de recursos com o PCC (Primeiro Comando da Capital).
A Justiça investiga o Master e o BRB que ‘fabricaram’ contratos para justificar desvio de R$ 12,2 bilhões, diz investigação. A mesma Justiça vê indícios ‘robustos’ de organização criminosa e aponta prejuízo de mais de R$ 10 bi. O Bravo, que é um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FDIC), declarava ter patrimônio de R$ 8 bilhões, mas nunca publicou nenhum documento detalhando esses investimentos. Foi aberto em julho de 2023 e encerrado em novembro de 2024.
Curiosamente, os advogados do Master argumentam que a prisão do CEO teria sido desarrazoada por não haver nem sequer uma investigação interna no Banco Central em curso. Seria a fonte do Zé Dirceu?

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