Era
uma quadra no meio do nada
Prefeitura constrói quadra poliesportiva que é
tomada pelo matagal. Monteclaro joga culpa em São Pedro e
mais uma vez destrói uma praça na cidade. Já
o diretor do Departamento de Obras diz que a quadra não foi
entregue à população ainda. Eles não
se entendem e quem sofre é o taubateano.
Por Bruno Monteiro
Fotos: Paulo de Tarso Venceslau
Um
descaso com o patrimônio público. Esta é a constatação
de qualquer munícipe que passa pela avenida Francisco Alves
Monteiro, conexão do bairro da Independência com a
região do CECAP e Quiririm, ao ver o estado que se encontra
uma quadra poliesportiva recém construída no local.
O que se vê é um abandono total. A quadra poliesportiva
foi erguida em função da obra viária que acontece
na região. A praça Batista Fuliene foi totalmente
destruída juntamente com sua quadra esportiva.
Antes do início das obras, a prefeitura construiu uma nova
quadra em um terreno ao lado da antiga. Mas o que se vê hoje
é o abandono, ao invés de crianças e jovens
brincando e utilizando a quadra para a prática de esportes.
Construída no final do ano passado, a quadra está
“engolida” pelo matagal, que já está do
tamanho do muro da quadra e chegando ao alambrado da área
esportiva. Não possui acesso, a obra apresenta sinais de
deterioração incompatíveis com uma obra que
se quer foi inaugurada.
Explicações
Os responsáveis pela obra não se entendem na explicação
para tal abandono da quadra. Para o diretor do Departamento de Trânsito,
Carlos Eugênio Monteclaro César Júnior, há
duas razões para o mato ter invadido as dependências
da quadra:
“Olha, pode ter acontecido que a prefeitura construiu a quadra
em uma área pública juntamente às divisas de
um loteamento particular. A prefeitura faz a limpeza em área
pública e notifica os donos de terrenos particulares. Essa
pode ter sido uma hipótese para o mato alto”, disse
Monteclaro.
A outra desculpa dada pelo mesmo Diretor é ainda mais cômica
(ou absurda, se preferir). “O mato também pode ter
crescido em razão de estarmos neste tempo de chuvas”,
afirmou Monteclaro, jogando a culpa nas costas (tão largas)
de São Pedro, assim como fizeram os responsáveis pela
tragédia no metrô em São Paulo, no início
das investigações.
Já para o Diretor do Departamento de Obras, Gérson
de Abreu Araújo, o mato está alto na quadra por uma
simples razão: “Ela não foi entregue ainda para
a população. Vai ser entregue quando terminarmos todos
os trabalhos na região”, justificou. Vale ressaltar
que a quadra já está munida de alambrados, pintura
e traves, que até já apresentam sinais de ferrugem.
A
destruição do verde
Monteclaro foi um dos fundadores do partido verde em Taubaté,
mas hoje não se encontra mais nas fileiras da legenda de
Fernando Gabeira. Já Gerson de Abreu continua no PV.
CONTATO esteve no local da obra viária no final da Independência
e constatou, como provam as fotos, a destruição da
praça Batista Fulieni. O poste de iluminação
foi derrubado, paralelepípedos foram arrancados e o que era
verde se transformou em terra.
Monteclaro nega que irá trazer prejuízo para o meio
ambiente no local.
“50% daquela área era a quadra, na qual os próprios
moradores reclamavam da sua localização. Mas a arborização
irá continuar e não haverá nenhum tipo de prejuízo
ambiental”.
Segundo o chefe da pasta de Trânsito, as obras no local desafogarão
a avenida Independência. “Vamos poder utilizar mais
a avenida Marrocos, para que o fluxo de veículos diminua
na avenida Independência”.
Um empresário que caminha diariamente pela região
mostrou-se revoltado: “Nunca entendi a razão daquela
quadra no meio do mato. Pior ainda é a destruição
do verde tão em baixa nessa cidade”, afirma o empresário
que pede para não ser identificado porque tem represálias
por parte do poder público municipal.
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