CGU
fez operação pente-fino na PMT
Relatório
da Controladoria Geral da União sobre a aplicação
de verba federal pela Prefeitura de Taubaté aponta “para
o possível descumprimento de dispositivos legais e contratuais”.
CONTATO teve acesso ao documento.
A
Prefeitura de Taubaté sofreu uma operação pente-fino
por parte da Controladoria Geral da União. Durante o período
de 31 de março a 2 de junho de 2006, técnicos da CGU
fiscalizaram os recursos federais aplicados pelo Executivo Municipal.
E o resultado não foi nada animador para a prefeitura. Segundo
o ofício 39819/2006, o relatório aponta “para
o possível descumprimento de dispositivos legais e contratuais”
e foi encaminhado à Câmara Municipal no dia 8 de dezembro
de 2006 para “apurar a materialidade, a dimensão e
a autoria das irregularidades acaso observadas”. Taubaté
foi a cidade escolhida por meio de sorteio público para ser
alvo do 20º Projeto de Fiscalização.
Foram inspecionados os recursos financeiros destinados às
áreas de Educação, Saúde e Desenvolvimento
Social e Combate à Fome. A CGU encontrou “fatos relevantes”
que indicam “impropriedades/irregularidades na aplicação
dos recursos federais”. A Prefeitura de Taubaté tomou
ciência do teor do relatório e respondeu aos questionamentos
da auditoria da CGU em 17 de maio de 2006. Entretanto, algumas justificativas
do Executivo municipal não foram acatadas e, por isso, os
técnicos da CGU mantiveram a “constatação”
de possíveis irregularidades. O relatório da CGU apontou
26 constatações. Confira.
Educação
Nessa pasta, os fiscais encontraram oito falhas como “falta
de aplicação financeira dos recursos do Programa Fazendo
Escola”, “falta de aplicação financeira
dos recursos do PNAC” (Programa Nacional de Alimentação
e Creche), “falta de data de atesto”, “controle
de saída de alimentos desatualizado ou sem preenchimento”,
“falta de notificação de recebimento de recursos
federais”, “preenchimento incorreto do questionário
do Censo Escolar”, “divergência relativa aos quantitativos
de alunos de segunda a nona série (...) de alunos de creche,
pré-escola e primeira série”. Apesar de levantar
oito constatações, o CGU não apontou nenhuma
como de “maior relevância”. O governo federal
injetou R$ 1.346.752,61 na educação municipal.

Saúde
A mesma sorte não teve a pasta da Saúde. Com apenas
seis “constatações”, foram apontadas duas
falhas indicadas como de “maior relevância” pelos
fiscais da CGU: “equipes do Programa Saúde da Família
Subdimensionadas” e “falta de medicamentos básicos
na Farmácia Municipal da Gurilândia”. Além
desses, foram apontadas outras supostas irregularidades na “estrutura
deficiente da Unidade de Saúde da Família”,
“divergência entre os quantitativos de famílias
informadas no SIAB e os declarados pelas coordenadoras das equipes
do PSF”, “composição do Conselho Municipal
divergente da Resolução do Conselho Nacional de Saúde”
e “falhas no controle de estoque dos medicamentos da Farmácia
Básica”. De acordo com o relatório, foi disponibilizado
para a Saúde o montante de R$ 4.048.733,80.

Desenvolvimento
Social
De longe, os recursos federais utilizado pela Prefeitura de Taubaté
na área de Desenvolvimento Social, foram os que mais sofreram
constatações por parte do CGU. O Departamento de Ação
Social, sob o comando da primeira-dama Luciana Flores Peixoto, é
o responsável pela gestão desses recursos. Das 12
falhas levantadas, cinco foram apresentadas como de “maior
relevância”. São elas: “beneficiários
com renda per capita superior à estabelecida pelo Bolsa Família”,
“ausência de visitas dos ACS e do Conselho Bolsa Família”,
“família visitada com mais de um NIS”, “recebimento
indevido do benefício” e “falhas no gerenciamento
do Bolsa Família”. Outras questões levantadas
são relativas à divergência e à duplicidade
do NIS, beneficiários sem o cartão de recebimento
do Bolsa Família não localizados, informações
divergentes e omissão de informação. O governo
federal aplicou R$ 3.367.653,00 na área social.
Outro
lado
Até o fechamento desta edição, a Prefeitura
não se manifestou.
|