Por Paulo de Tarso Venceslau
        Henrique Nunes (MD), presidente 
          da Câmara de Taubaté
        Às vésperas de eleição 
          de seu sucessor, Henrique Nunes faz questão de salientar que 
          deu espaço para situação e oposição 
          na Câmara Municipal. Mas ressalta que, nos bastidores, trabalha 
          com o grupo da base de apoio do prefeito Roberto Peixoto (PSDB), faz 
          lobby para a candidatura de Carlos Peixoto (PMDB) para sucedê-lo, 
          tem em Luizinho da Farmácia (PDT) um plano B e que numa eventual 
          disputa entre Bernardo Ortiz e Roberto Peixoto apoiará o atual 
          prefeito.
            
        
           
 
          Henrique 
          Nunes 
         
        CONTATO 
          - Como se sente no final de mandato?
          Henrique Nunes – Sinto-me satisfeito com a gestão 
          que fiz até agora. Avancei em algumas situações. 
          A principal [ação] foi a criação do CAT 
          (Centro de Atendimento ao Taubateano), que é um centro de inclusão 
          social que oferece diversos serviços mais rápidos e eficientes. 
          A presidência [da Câmara] não tem como fazer mais 
          ações tendo em vista que não é um órgão 
          executivo.
         
        CONTATO 
          – O CAT de Taubaté foi baseado na experiência de 
          São José dos Campos ou em outra cidade?
          Henrique – Sim. Horizonte-MG também possui, mas 
          não tive a oportunidade de conhecer. Hoje, temos de 10 a 12 serviços 
          em Taubaté e estamos fazendo mais duas parcerias com o INSS e 
          agência de emprego, onde a procurar é maior. 
         
        CONTATO 
          – A Câmara, este ano, foi um aliado do Executivo?
          Henrique – O poder Executivo tem aliados e opositores. 
          Posso dizer que no exercício da presidência me mantive 
          totalmente neutro. Nos bastidores é outra coisa. Aí eu 
          tenho feito algum trabalho para manter a governabilidade e ajudar o 
          prefeito.. 
         
        CONTATO 
          – Diante dessa posição, dá para manter a 
          independência do Legislativo?
          Henrique – Acredito que sim. A independência entre 
          os poderes tem que existir. Agora, a questão de ter maioria ou 
          minoria qualquer casa tem.
         
        CONTATO 
          – Cite um exemplo de que a independência foi mantida durante 
          sua gestão.
          Henrique – Dando vazão a toda a demanda da oposição, 
          não engavetando projetos e não cerceando a oposição. 
          Dei o mesmo espaço para oposição e situação.
         
        CONTATO 
          – Qual projeto que o sr. considera importante e que não 
          foi aprovado?
          Henrique – Pontualmente, não houve nenhum projeto 
          [que não fosse aprovado] ou que tramitasse lentamente.
         
        CONTATO 
          – O novo prédio da Câmara dinamizou o trabalho dos 
          vereadores?
          Henrique – Foi primordial. O Legislativo avançou 
          muito com a instalação física adequada. Inclusive, 
          foi deixado licitado para que se construa aqui do lado uma garagem e 
          novas instalações para o funcionamento do CAT e para abrigar 
          novos vereadores caso o Congresso Nacional altere a lei vigente.
         
        CONTATO 
          – O senhor crê que retorno de 21 vereadores seja possível?
          Henrique – Para este ano, não. Mas, futuramente, 
          acredito que deva existir uma legislação específica 
          que venha normalizar.
         
        CONTATO 
          – Qual a importância da TV Câmara?
          Henrique – A publicidade aos vereadores. Nesse sentido, 
          a TV Câmara, que é um órgão enxuto em que 
          três profissionais fazem das tripas o coração, é 
          um aliado do vereador. Aliás, vamos abrir concurso público 
          para mais quatro profissionais. Infelizmente, a TV Câmara opera 
          em canal fechado. Se fosse aberto seria melhor ainda. Mesmo assim, não 
          tem o retorno de rádio e nem o jornal.
         
        CONTATO 
          – Como analisa a tentativa frustrada de abertura de CEI para investigar 
          supostas irregularidades de Roberto Peixoto?
          Henrique – Maioria. Quando se tem maioria dificilmente 
          há aprovação de uma CEI.
         
        CONTATO 
          – Em quem o senhor aposta para ser o novo presidente da casa? 
          
          Henrique – Está difícil. Tenho dois candidatos: 
          Carlos Peixoto (PMDB) e Luizinho da Farmácia (PDT). Mas o outro 
          lado também está se articulando. Tem a Maria Tereza Paolicchi 
          (PSC) e o Jeferson Campos (PT). Pode até acontecer um fato inédito.
         
        CONTATO 
          – Por que os nomes de Luizinho e Carlos Peixoto?
          Henrique – É um acordo que tenho. Fazem parte 
          de um grupo em que eu trabalho aqui na Câmara. Não digo 
          sobre as votações. Tenho um acordo com o Luizinho da Farmácia 
          e com o Carlos Peixoto porque me apoiaram na minha eleição.
         
        CONTATO 
          – Qual o perfil para se ocupar esse cargo?
          Henrique – Independência em relação 
          ao Executivo. Mesmo com trabalho de bastidores, a independência 
          tem que existir. E atender a demanda de todos os vereadores. O presidente 
          tem que se manter na maior neutralidade possível.
         
        CONTATO 
          – Os quatro nomes citados se encaixam nesse perfil?
          Henrique – Todos têm perfil para comandar a Casa. 
          O Luizinho é mais temperamental. O Carlos é mais tranqüilo. 
          A Maria Tereza carece de uma falta de experiência administrativa 
          que pode vir a ter. E o Jeferson, se vier a ser eleito e não 
          trouxer o PT para governar junto, será um bom presidente.
         
        CONTATO 
          – Recentemente, o jornal Valeparaibano divulgou que Bernardo Ortiz 
          se encontra em campanha para retornar à prefeitura. Entre ele 
          e Roberto Peixoto, candidato à reeleição, qual 
          seria sua preferência hoje?
          Henrique – Acredito que até pelo meu passado de 
          oposição ao Bernardo Ortiz, dificilmente eu estaria ao 
          lado dele numa campanha. Mas, não quero dizer que não 
          possa haver diálogo. Porém, hoje, com certeza, estaria 
          ao lado do Roberto Peixoto.
         
        CONTATO 
          – Haveria alguma mudança se fosse com Ortiz Júnior?
          Henrique – Não. Seria a mesma coisa.