Por 
            Glauco Callia
            
          
          Em defesa do Hospital Escola
            Qui disiderat pacem, preparem belum!( Provérbio 
            romano)
          
          
            
            Corre um 
            boato no Hospital Escola: a UNITAU teria planos de cancelar o funcionamento 
            dos novos leitos psiquiátricos que estão sendo construídos 
            com o dinheiro do Estado no HUT. 
          
            Algumas fontes relacionadas ao projeto afirmam que a autarquia municipal 
            em regime especial (alguém pode me explicar o que esse “regime 
            especial” significa?) não estaria disposta a fazer mais 
            investimentos no Hospital do Puxadinho. Motivo: a construção 
            de um novo HUT. Por isso, uma nova verba para incrementos não 
            faria sentido. 
          
            Onde há fumaça há fogo. Infelizmente, os tristes 
            anos de falta de políticas públicas em Taubaté 
            ensinaram os alunos a se preocuparem muito com boatos. 
          
            Qual deve ser a real função do HUT? Ser apenas um hospital 
            de ensino ou um hospital assistencialista? Há quem diga dentro 
            da UNITAU que um hospital de ensino é aquele que possui somente 
            as áreas básicas (clinica médica, ginecologia, 
            pediatria e cirurgia) que ensinem o feijão com arroz e que 
            o hospital assistencialista é o que atende a população.
          
            Acontece que os alunos dependem diretamente do número de atendimentos 
            e das discussões acadêmicas realizadas a partir destes 
            atendimentos para que haja um ensino de saúde satisfatório. 
            Como cada caso é um caso, quanto maior for o número 
            de casos atendidos, melhor preparado estará o profissional 
            (médico, enfermeiro e fisioterapeuta) formado pela universidade! 
            
          
            Os burocratas precisam entender que o ensino de saúde é 
            diferente e, por isso, deve ser tratado de maneira especial. Por outro 
            lado, um hospital de ensino depende diretamente do assistencialismo. 
            Logo, não há como separar os dois. 
          
            É mau começo o novo HUT justificar o corte de leitos 
            onde os alunos aprenderiam sua profissão. Ninguém na 
            FMT é contrário à construção de 
            um novo HUT. Mas somos contra a idéia de um hospital compacto 
            (leia-se com poucos leitos e especialidades).
          
            Os alunos consideram que o problema não está no tamanho 
            nem na disposição física do hospital, mas no 
            contexto da Saúde. Se a nova instituição vier 
            acompanhada de um acordo real de apoio por parte do município 
            - que investe muito pouco mesmo não dispondo de hospital próprio 
            - por parte do estado - elevando o teto operacional dos serviços 
            prestados assim como seus credenciamentos e integrando efetivamente 
            o HUT com o Hospital Regional -, aí sim teremos um terreno 
            fértil para o crescimento do novo Hospital Escola. 
          
            Esse novo hospital necessita de uma burocracia otimizada e um plano 
            diretor de longo prazo, o que também faz parte do programa 
            de campanha da nova Reitora. Acreditamos, mais do que ninguém, 
            que ela tem capacidade de desatar este nó górdio, mas 
            sem o uso de espadas, apenas com sua competência e retidão.
          
            Porém, que não cortem os leitos que a cidade tanto precisa 
            e fundamental para que o novo HU vislumbre uma possibilidade de crescimento 
            voltado para as mudanças que ocorrem no contexto profissional 
            da medicina.