Por 
            Harold Maluf
            Presidente do DABM - Medicina
          
          Um 
            futuro sombrio sem a perspectiva da mudança
          Se 
            há algo que os alunos do Bom Conselho comentam a todo o momento, 
            este consiste da federalização ou estadualização 
            da UNITAU. Um tema encarado sem seriedade pela própria universidade 
            e abafado logo que se anuncia algo a respeito, o que deixa muitos 
            alunos descrentes e desiludidos. 
          
            
          
            
          Considerado 
            polêmico, federalização ou estadualização 
            da UNITAU traz à tona a possibilidade de enormes benefícios, 
            tanto para os alunos quanto para a cidade e região. Esta visão 
            derrotista em meio a tão real possibilidade é na verdade 
            tudo aquilo que alguns querem para segurar seus postos na instituição 
            em detrimento de um universo com novas oportunidades, o que chamamos 
            de “síndrome do pequeno poder”. Talvez, esta seja 
            a polêmica do assunto, o que não é nada inteligente 
            quando se escancaram as intenções escusas da universidade 
            ou quando se deprime a própria cidade de Taubaté com 
            a negação desta proposta. 
          
            Sabemos que um dos maiores problemas da UNITAU é a inadimplência 
            de seus alunos; algo mais do que previsível, pois a universidade, 
            mesmo com isenção de vários impostos por ser 
            municipal, cobra mensalidades muito parecidas com as de instituições 
            privadas. Além disso, ela não possui hoje o FIES (Programa 
            de Financiamento Estudantil), alegando que o programa a ela não 
            convém pela própria isenção de impostos; 
            contudo, as bolsas de estudos concedidas ainda são muito escassas. 
            Pior ainda é a utilização indevida destas bolsas 
            de estudo por políticos em troca de favores e arrecadação 
            (leia-se compra) de votos. 
          
            Com outras diversas dificuldades que hoje a UNITAU não consegue 
            reverter, temos como resultado um índice de desistência 
            altíssimo. O futuro da universidade é extremamente sombrio 
            frente o aparecimento de outras instituições de ensino 
            superior na cidade (a qual a UNITAU combateu a todo custo sem sucesso). 
            O cenário fica ainda pior quando se cogita a chegada de uma 
            Universidade Federal no Vale do Paraíba, vide a falta de uma 
            universidade pública (gratuita) na região; uma reivindicação 
            já exposta por deputados federais do Vale do Paraíba 
            e de onde São José dos Campos já se prontifica 
            a dar o terreno e toda a infra-estrutura para a nova instituição 
            se o Poder Executivo resolver implantá-la num porvir.
          
            Existe uma crescente procura dos alunos da UNITAU pelas Faculdades 
            Comunitárias, reforçando o já cogitado percalço 
            da inadimplência, afinal, se o aluno não consegue pagar 
            a faculdade em que se encontra, ele escolherá outra mais barata 
            e tão perto de sua casa quanto a que se encontra estudando. 
            Contudo, outra perspectiva, não tão visível e 
            relacionada com a transferência dos alunos da UNITAU, contribui 
            ainda mais com tais constatações; ela baseia-se na menor 
            procura, já no próximo vestibular (2007), pelos cursos 
            de graduação, uma vez que se espera um decréscimo 
            significativo de candidatos caso a instituição não 
            tome uma medida mais drástica como uma diminuição 
            no valor das inscrições.
          
            Infelizmente, os representantes maiores dos estudantes da Universidade 
            de Taubaté também parecem pouco interessados em debater, 
            levantar idéias e ações para que consigamos concretizar 
            este grandioso projeto. Neste sentido, tomemos como exemplo os estudantes 
            da FURB (Universidade Regional de Blumenau), uma instituição 
            municipal como a UNITAU localizada no Vale de Itajaí (SC). 
            Eles levantam a bandeira da federalização com toda a 
            força, mobilizando a sociedade, o legislativo da cidade e os 
            próprios deputados federais da região, o que está 
            resultando num processo que de fato a tornará uma universidade 
            gratuita e encerrará os agravantes de seu ensino superior; 
            que porventura são os mesmos de Taubaté.
          
            Consideremos o eixo Rio - São Pauloum 
            local de maior notoriedade que o Vale do Itajaí não 
            só pelo fato dele estar entre as duas maiores cidades brasileiras, 
            mas por seu enorme desenvolvimento industrial e pela quantidade de 
            tributos que sua economia gera aos cofres públicos. Agora levantemos 
            a questão do porquê a FURB se encontra tão adiantada 
            em relação à UNITAU com tais mudanças. 
            A resposta esta cunhada na estagnação de Taubaté. 
            
          
            Os acontecimentos indicam a região do Vale do Paraíba 
            como a mais procurada por outras instituições estaduais 
            ou federais interessadas em expandir seus domínios. Este é 
            o caso da UNESP e da UNIFESP que montaram um centro de tecnologia 
            em São José dos Campos (também neste caso o município 
            de S. José doou o terreno e a infra-estrutura para a realização 
            do empreendimento). Segundo algumas informações precisas, 
            advindas de fontes confiáveis do Ministério da Educação 
            (MEC), também confirmam o interesse do Estado ou da própria 
            União na UNITAU, uma vez que ela presta diversos serviços 
            de utilidade pública e atua de maneira direta sobre a população.
          
            O ex-reitor da UNITAU, Dr. Nivaldo Zöllner, criou mais de 20 
            cursos de graduação durante suas duas gestões. 
            O que ele talvez não soubesse era o quão comprometedor 
            esta enorme gama de possibilidades ofertada seria às finanças 
            da universidade, haja vista que estes cursos estão se tornando 
            deficitários. Caso queiram fechar alguns cursos, muitos alunos 
            serão prejudicados, o que não seria nada justo por parte 
            da maior universidade do Vale do Paraíba.
          
            Diante de tais condições, concluo que a única 
            opção para a perpetuação da UNITAU está 
            em sua estadualização ou federalização. 
            Assim, a questão sobre as irregularidades na distribuição 
            das bolsas de estudos se finda junto com todos os demais problemas 
            abordados. Além disso, Taubaté poderá impor maior 
            respeito com uma instituição deste porte, trazendo mais 
            pesquisa e movimentando de maneira grandiosa a economia da cidade. 
            Do contrário, mais cedo ou mais tarde o Vale do Paraíba 
            terá uma Universidade Federal e se a UNITAU permanecer uma 
            instituição municipal, seu status de maior universidade 
            da região se perderá para sempre e sua existência 
            estará apenas nas marcas de suas ruínas.