|  Por: Fabrício Junqueira
 Na 
          boca do gol Hoje 
          vou contar uma história diferente... Darei meu espaço nessa coluna a um amigo que esteve na inesquecível 
          decisão há 25 anos entre Taubaté x São José, 
          esse amigo têm alguns "causos" incríveis.
 ”Me chamo Péricles, tenho 50 anos e moro hoje em Londres. 
          Sou nascido e criado em Taubaté, onde vivi até meus 27 
          anos. Moro há 23 anos longe de Taubaté, mas uma vou até 
          duas vezes por ano na minha terra querida.
 Vim para em Londres quando em 1974, estive na Alemanha vendo minha primeira 
          e última Copa do Mundo. Lá conheci Catherine no dia em 
          que o Brasil perdeu para a Holanda. De cara, rolou uma gozação, 
          umas cervejas ,e toda frustração do time de Zagallo, fora 
          pro espaço numa noite inesquecível.
 Fim da Copa voltei para Taubaté e Cath voltou para Londres, mas 
          em julho de 1978, pintou uma oportunidade de viajar. Fiquei entre a 
          cruz e a espada, Cath ou Copa da Argentina?
 Influênciado por amigos que viram algumas fotos de Cath, embarquei 
          para Londres. Em nosso reencontro, a inglesinha estava mais linda do 
          que nunca, mas acompanhada por um garoto gordo inglês de dezoito 
          anos que ela me apresentou como seu novo namorado. Na hora, fiquei com 
          vontade de voar para Buenos Aires.
 Mas eu não poderia imaginar, Cath, num português muito 
          ruim conseguiu dizer "esse gordo é motorista de Paul, vamos 
          conhecê-lo”. Conseguimos no dia 25 um encontro com ele. 
          Discutimos a Copa de 78, o fim da carreira de Pelé, ele perguntou-me 
          sobre Garrincha e no final ganhei alguns discos autografado e o presenteei 
          com uma camisa de futebol do meu time no Brasil. Paul achou linda a 
          camisa e disse que um dia iria assistir um jogo desse time.
 O tempo passou e em novembro de 1979, Taubaté fervia. Meu time, 
          aquele que o Paul disse que ainda iria ver jogar, aguardava a tão 
          sonhada noite de quinta-feira, dia 29 de novembro. O Taubaté 
          iria enfrentar seu arqui-ríval São José na decisão 
          da Divisão Intermediária (2ºdivisão) de São 
          Paulo. Naquela dia, tocou meu telefone e era ele na linha. Paul foi 
          informado por Cath sobre a decisão e disse que estaria torcendo 
          a distância pelo Taubaté. Antes de desligar, Paul disse 
          que iria ligar durante a partida para saber do andamento do pega. Então 
          passei o número do telefone da Rádio Cacique. Pois aos 
          40m do 2ºtempo, quando o Taubaté já vencia por 2x1 
          e Paul entrou no ar e gritou num português ensinado por Cath, 
          a seguinte frase: Dá-lhe Burro!
 Mas ai nesse exato minuto, a rádio teve uma pane e isso nunca 
          ficou gravado. Não importa, depois disso, larguei minha faculdade 
          e me mudei para Londres. Casei com Cath em 1983 e temos um casal de 
          filhos, o mais velho é assim como o pai um apaixonado torcedor 
          do Arsenal e obviamente do nosso amado E.C.Taubaté.
 Até os dias de hoje trabalho diretamente com o astro da música 
          mundial e Paul até hoje pergunta do seu Burrinho da Central”.
 
 
 
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