Uma
família de verdade, com direito a formar uma dinastia,
em seu melhor momento. Uma família com os cacoetes próprios
de quase todas elas, desunida, rompida, alimentada a ódio
e, em nosso caso, formada por serpentes, com um foco único
de malquerer, o Ortiz José Bernardo.
Ortiz é um modelo de gestor
público, cuja figura se compõe de amor ou ódio.
É um líder com escassa tendência pelos valores
médios da política ou da estima. Exceção
de seu filho natural, o Júnior, os demais são adotivos,
desde Salvador, a primeira experiência esplendidamente malograda,
geradora de um Rubicão de porte amazônico, bem ao
gosto do Ortiz maior. Digamos que a deologia da família
seja a beligerância, o que todos os seus membros usam fazer
com alegre espontaneidade, restando saber se todos brigam com
Ortiz ou se é Ortiz que se indispõem com eles. Ortiz
e Salvador não têm liga alguma.
Se Antônio Mário e
Ortiz se reaproximassem não haveria necessidade de eleição,
dizem os que se dizem bem informados, apesar de saídos
da guerra das últimas eleições, quando trocaram
uma antologia completa de ofensas, memorável como exemplo
de escatologia. Antonio Mário e Ortiz têm de comum
o jeito de só ver o lado negativo das coisas, além
de alegrar-se com elas.
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O
mais recente dos Ortiz a fazer parte do clube dos traidores –
na visão do Ortiz maior – nem é um Ortiz de
tiragem familiar, pois se trata de um arrivista recém-chegado
à coluna dos bajuladores, um artista no manejo da ordenha.
Qualquer um dos mencionados se tornaria
prefeito outra vez, desde que fosse aceito para compor uma chapa
com vistas aos assentos macios do Bom Conselho, por onde já
passaram as nádegas espertas de seus atuais inimigos.
Não havendo composição
possível entre os Ortiz, os indicadores apontam para Danelli,
que já teve bola mais cheia, emurchecendo-se à medida
em que foi se afastando do poder e vivendo vivendo em uma solidão
com as qual não se dá bem, positivamente. Danelli
– tão respeitável como sabemos – pode
assumir sua condição de monge trapista, não
se entendendo com ninguém, nem mesmo com ele próprio.
Sobra Peixoto ou não sobra
ninguém, o que é rigorosamente a mesma coisa.
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