A
edição 322 de CONTATO publicou a denúncia feita
pelo presidente da Câmara, Carlos Peixoto (PMDB), sobre o
abandono do museu histórico de Taubaté. A repercussão
da reportagem foi imediata. CONTATO volta ao tema para dar uma satisfação
aos seus leitores.
Um leitor, que pediu para não
ser identificado, ligou para redação revoltado com
a situação e principalmente com as promessas não
cumpridas por Anderson Ferreira, então gerente da área
de cultura e agora diretor. As promessas foram registradas na matéria
de capa do caderno “Vale Viver”, do jornal Valeparaibano,
de 16 de março de 2006. Ali, Anderson promete mil maravilhas
como a construção de um novo museu e um novo teatro
em uma área ao lado do Shopping. Quase um ano e meio depois
da promessa do primeiro genro, CONTATO foi ao local. Ali só
existe mato, muito mato.
Na mesma reportagem, Anderson
promete que a FAMUTA, que havia se classificado entre as cinco melhores
Fanfarras no Campeonato Mundial de Bandas e Fanfarras promovido
em Taubaté em 2005, iria participar do campeonato mundial
na Coréia, em 2006. A Famuta não foi à Coréia,
nem para o Campeonato Brasileiro, realizado, em Macaé, no
Rio de Janeiro, por falta de apoio da prefeitura municipal.
O presidente da Associação
de Moradores da Vila Costa, Edson Rodrigues, engrossa o coro. “Parece
que há um problema jurídico da área (que seria
destinada ao teatro e ao museu). Mas lembro muito bem quando foi
acordada entre o prefeito, os moradores e a direção
do shopping a construção dessas benfeitorias para
o bairro. Já encaminhei para o vereador Ary Filho nossas
reivindicações e espero que em breve possa ser solucionado”,
disse Rodrigues.
Os moradores do bairro Vila
Costa estão indignados. Os moradores contaram que nunca a
prefeitura apareceu por lá e nem de perto se começou
a construção do museu e do teatro.
Opinião de quem entende
CONTATO ouviu a opinião
de um especialista na área de cultura e história sobre
a questão dos museus. Professor de história e pesquisador,
Wanderlan Ramos de Carvalho Filho, com o conhecimento de quem realmente
sabe o valor que representa os documentos e as obras contidas nos
museus, Wanderlan se revolta.
“Há uma pergunta que gostaria que fosse respondida
pelos responsáveis pelos museus. Como um departamento que
tem um orçamento de R$ 12 milhões não tem R$
500 mil para cuidar dos museus? Isso é um absurdo. Para onde
foi este dinheiro?”
Quando fala em R$ 500 mil, o
professor se refere a um estudo feito por ele e outros especialistas,
onde foi constatado que não era preciso mais de que esta
quantia para uma boa reforma em todos os museus da cidade.
Wanderlan ressalta que o Museu
Histórico “tem documentos importantíssimos e
de longuíssima data. Está lá, por exemplo,
o testamento de Jacques Félix, o bandeirante que fundou a
cidade. Obras como a exposição que a professora Maria
Morgado realizou, mostrando em imagens a história de Taubaté
também estão lá. Me preocupa o fato da umidade
deteriorar os documentos e papéis lá guardados. Há
que se ter uma preservação maior”, ressalta
o especialista.
E acrescenta: “Como esse
pessoal fala em Turismo, se não há nada para visitar
em Taubaté?”
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As
perguntas que Anderson Ferreira não respondeu
CONTATO
procurou Anderson Ferreira, responsável pela área
de cultura e futuro genro do prefeito. Na audiência de discussão
da instalação da Fundação Casa, nossa
reportagem solicitou uma entrevista com Anderson. Ele respondeu
a solicitação encaminhada à assessoria de
imprensa da prefeitura, o que foi feito. Em seguida, Anderson
pediu para que as perguntas da entrevista fossem enviadas antecipadamente.
O que também foi feito. Anderson não respondeu as
perguntas encaminhadas por e-mail, que CONTATO reproduz
CONTATO: Ainda na sua gerência, os museus da cidade, especialmente
o museu histórico, foi fechado para reforma. Segundo denúncia
do próprio presidente da Câmara e sobrinho do prefeito,
Carlos Peixoto, o museu está fechado há mais de
um ano e não tem previsão para ser reaberto. Por
que esta reforma está demorando tanto?
CONTATO:
O que foi realizado nesta reforma?
CONTATO:
Quais são os cuidados que a prefeitura está tomando
para preservação das obras de arte lá localizadas,
já que, segundo o presidente da Câmara, o local está
sem forro e com goteiras?
CONTATO:
E os outros museus, como estão?
CONTATO:
Referente às promessa que você fez no ano passado
de melhorias na área de Cultura, onde você às
expõe em matéria de capa do caderno Vale Viver,
do jornal regional Valeparaibano, o que foi feito?
CONTATO:
Por que o teatro e o novo museu, que estão previstos para
serem construídos ao lado do shopping, sequer tiveram suas
obras começadas? O que aconteceu?
CONTATO:
No ano passado, nesta mesma matéria e segundo o Orçamento
da prefeitura, a área de Cultura, que estava sob a sua
gerência, tinha um orçamento de R$ 5 milhões.
Por que então estes projetos divulgados por você
nesta matéria não foram realizados? Citamos como
exemplo, que na mesma matéria você diz:
"Depois
de se classificar em quarto lugar no Campeonato Mundial de Bandas
e Fanfarras realizado no ano passado na cidade, a Famuta também
deverá apresentar novidades para o mundial da Coréia,
em agosto. Segundo Ferreira, para competir de "igual para
igual" com os principais grupos do mundo a fanfarra ganhará
novos instrumentos, uniformes e competirá com a formação
de banda. O resultado será mostrado para o público
nos dias 11 e 12 de abril em um concerto no Teatro Metrópole".
A FAMUTA não somente não foi à Coréia,
comO nem no Campeonato Brasileiro de Bandas, que aconteceu em
Macaé-RJ, ela participou. A versão oficial que temos
é que faltou dinheiro. Então, Anderson pra onde
foram todos estes R$ 5 milhões que você tinha nas
mãos para trabalhar? A FAMUTA e todo povo taubateno foram
iludidos? Esta é uma oportunidade de você esclarecer
o que aconteceu. Então, nos conte, por gentileza?
CONTATO:
É obvio que temos que fazer esta pergunta. O prefeito é
acusado de nepotismo pela oposição. Um dos alvos
deste argumento seria você, que é noivo da filha
mais velha do prefeito, Roberta, e está com casamento marcado
para setembro. O promotor do Ministério Público
do Estado, José Carlos de Oliveira Sampaio, consultado
pela reportagem, disse que você ainda não é
oficialmente parente do prefeito e, por tanto, pode trabalhar
normalmente na prefeitura. Entretanto, o mesmo promotor disse
que assim que você oficializar seu matrimônio, estará
caracterizado parentesco com o prefeito, e, ainda segundo o próprio
promotor, terá que sair da prefeitura. Com tudo isso, você
sairá da prefeitura depois de setembro deste ano, quando
casar com a filha mais velha do prefeito, Roberta Peixoto?
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