Praças
como Santa Teresinha, Dr. Barbosa de Oliveira, da CTI, Dom Epaminondas
são alguns dos principais pontos da cidade. Mas todos eles
têm também mais alguma coisa e comum: a poluição
visual. Esses cartões postais da cidade estão tomados
por faixas que, além do aspecto desagradável, causam
também o chamado “caos urbano”, como definem
especialistas.
A explicação pode
ser simples. Ao entrar no seu quarto e o encontrar todo bagunçado,
com objetos com cores variadas empilhados e espalhados, você
poderá sentir uma sensação ruim, de desorganização
e até ficar meio tonto. Segundo a socióloga Alessandra
Olivato, pós-graduada pela USP, as pessoas agem com uma
lógica privada nos locais públicos. Além
do individualismo - peculiar em grandes metrópoles -, não
existe uma noção clara de espaço público.
"A luta individual pela sobrevivência, no mundo atual,
dificulta ainda mais a consolidação do conceito
de cidadania, historicamente inócuo no país",
explica Olivato.
Ao definir "espaço público"
como "o lugar do cidadão", a pesquisadora descobre
que as entrevistas revelam uma noção de cidadania
precária ao “não respeitar o próximo”.
Guardadas as suas devidas proporções, pode ser essa
explicação para a poluição visual
provocada por outdoors, banners, faixas, placas e muros pintados
em Taubaté. Há uma miscelânea de formas de
comunicação. Basta um semáforo onde o motorista
é obrigado a parar pelo menos por 30 segundos, que à
sua frente ele se depara com um monte de faixas anunciando eventos
artísticos, palestras, avisos e anúncios oficiais.
A Praça de Santa Teresinha,
por exemplo, em seus quatro lados, é dotada de cruzamentos,
e conseqüentemente, de semáforos. Nestes pontos, o
acúmulo de faixas com as mais variadas cores quase impede
que os motoristas possam desfrutar do verde da praça, “obrigados”
a ver o que está escrito.
Outro belo ponto que sofre com o
oportunismo da publicidade amadora é o recém reformado
Parque Dr. Barbosa de Oliveira, ao lado da Rodoviária Velha
(Aliás, a própria Rodoviária por si só
já é uma grande forma de poluição
visual, já que foi pintada com cores berrantes, verde florescente
e abóbora forte).
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Nas
extremidades do parque, há um exibicionismo de faixas.
No semáforo da avenida Nove de Julho, por exemplo, há
faixas sobrepostas a outras. Outro problema é que as faixas
encobrem as placas indicativas oficiais, como acontece na entrada
do túnel Visconde de Tremembé.
Prefeitura
A prefeitura municipal é
a primeira a dar o mau exemplo. Faixas com anúncios de
obras e campanhas, como a do agasalho, são expostas por
toda parte. Inclusive, o prefeito Roberto Peixoto (PMDB) usou
a mesma prerrogativa para divulgar por toda cidade que seria contra
a instalação da Fundação Casa, antiga
Febem. As faixas do prefeito são confeccionadas em um vermelho,
tipo cheguei, com escritos amarelos e brancos, com sua mensagem.
CONTATO questionou a assessoria
de imprensa da prefeitura sobre quem estaria pagando estas faixas,
já que se trata de promoção pessoal de Peixoto.
Nada foi esclarecido até o fechamento dessa edição.
Outro
lado
Diante
das freqüentes reclamações de munícipes
quanto a poluição visual em relação
às faixas colocadas nos cartões postais da cidade,
a reportagem encaminhou uma série de perguntas à
prefeitura:
Qual é o critério
que a prefeitura utiliza para autorizar a colocação
das faixas, por exemplo, na Praça Santa Teresinha, Parque
Dr. Barbosa de Oliveira, Praça da CTI, Praça Dom
Epaminondas, etc?
Por quanto tempo as faixas ficam
colocadas no local?
A própria prefeitura utiliza
esta forma de publicidade amadora? Se sim, porque?
A
assessoria de comunicação da prefeitura respondeu
que: “As faixas de diversos eventos artísticos, ou
de interesse público, como festas de instituições
religiosas e filantrópicas, e campanhas educativas, são
colocadas em locais pré-determinadas pelo DSU (Departamento
de Serviços Urbanos), da Prefeitura Municipal, respeitando
a legislação municipal”.
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