Da
primeira vez que o papa esteve por aqui eu o vi passar de
helicóptero, fazendo seu avião o que seria
o curso da Dutra, em direção a Aparecida.
A estrada estava lotada de adornos com a cor amarela predominando.
O povo acenava seus adereços e sua vibração
era incontida. Até mesmo eu, pouco afeito às
homenagens, me vi contagiado pelo entusiasmo do povo, totalmente
envolvido pela presença do Papa João23, sua
impressionante simpatia, a música de sua voz grave.
O clima era de devoção. Não saí
com modificação importante de fé ou
realidade, mas ao visitar o túmulo desse papa mal
contive minha emoção: havia um ambiente que
me custava confessar como de comoção, com
lágrimas guarnecendo os olhos de todos os que cabíamos
na capela-túmulo do papa cheio de graça, hoje
marcado pelos milagres. Estabeleceu-se uma monumental confusão
em minha cabeça. Ela, que vivia orgulho, de seus
raciocínios, deixou-se levar pela figura de bondade
do papa, de repente conduzido às lágrimas,
formando um coro de lágrimas e emoções
do qual nunca mais me esqueci.Já estive perto de
heróis, visitei lugares onde estão sepultados
heróis de Estado, santos, referências de nosso
mundo e nunca compareci mais emocionado.
A mim faz bem contar este episódio que não
me leva para o catolicismo, nem muda rumo algum desta minha
vida contida entre o cumprimento de meus deveres de cidadão
preocupado em ser justo e correto. Nada além disso.
O papa vai virar santo, no que faz carreira similar à
que fez, quando percorreu a carreira andou desde papa, até
chegar a beato e, agora já estar às portas
da canonização.