Por: Luiz Gonzaga Pinheiro - spesspei@uol.com.br

João Paulo, Papa e Santo

Da primeira vez que o papa esteve por aqui eu o vi passar de helicóptero, fazendo seu avião o que seria o curso da Dutra, em direção a Aparecida. A estrada estava lotada de adornos com a cor amarela predominando. O povo acenava seus adereços e sua vibração era incontida. Até mesmo eu, pouco afeito às homenagens, me vi contagiado pelo entusiasmo do povo, totalmente envolvido pela presença do Papa João23, sua impressionante simpatia, a música de sua voz grave. O clima era de devoção. Não saí com modificação importante de fé ou realidade, mas ao visitar o túmulo desse papa mal contive minha emoção: havia um ambiente que me custava confessar como de comoção, com lágrimas guarnecendo os olhos de todos os que cabíamos na capela-túmulo do papa cheio de graça, hoje marcado pelos milagres. Estabeleceu-se uma monumental confusão em minha cabeça. Ela, que vivia orgulho, de seus raciocínios, deixou-se levar pela figura de bondade do papa, de repente conduzido às lágrimas, formando um coro de lágrimas e emoções do qual nunca mais me esqueci.Já estive perto de heróis, visitei lugares onde estão sepultados heróis de Estado, santos, referências de nosso mundo e nunca compareci mais emocionado.


A mim faz bem contar este episódio que não me leva para o catolicismo, nem muda rumo algum desta minha vida contida entre o cumprimento de meus deveres de cidadão preocupado em ser justo e correto. Nada além disso. O papa vai virar santo, no que faz carreira similar à que fez, quando percorreu a carreira andou desde papa, até chegar a beato e, agora já estar às portas da canonização.

| home ||

© Jornal Contato 2006