Quatro milhões de pessoas
sofrem todos os dias as conseqüências do degelo das regiões
polares, segundo um relatório da Comissão Européia
(CE, órgão executivo da União Européia)
apresentado em 1 de março, em Bruxelas, no início do
Ano Polar Internacional (IPY, na sigla em inglês). Segundo a
CE, a diminuição das geleiras vai influenciar nos hábitos
de milhões de pessoas de todo o planeta que dependem delas
para o consumo pessoal ou para as plantações.

Há
2000 anos que o nível do mar é relativamente constante.
Porém, o degelo observado junto com o fenômeno de aquecimento
global começou em meados do século IXX. Medidas estimativas
indicam um aumento do nível do mar de 1900 até 2000
em 3 cm e uma razão de variação do nível
do mar da ordem de 6 cm/século.
Quatro milhões de pessoas já sofrem cotidianamente as
conseqüências do degelo das regiões polares, segundo
um informe apresentado pela Comissão Européia, no mesmo
dia em que foi lançado em todo o mundo o Ano Polar Internacional
(API) — o maior programa de estudos sobre o Ártico e
a Antártica.
O impacto direto sobre a população ocorre sobretudo
na região do Ártico, que é habitada. No caso
da Antártica, o degelo pode ter uma influência importante
sobre plantações no Hemisfério Sul.
Segundo ainda o informe da CE, a redução das geleiras
polares interfere diretamente no acesso à água tanto
para o consumo pessoal quanto para a agricultura. Mas, a redução
das massas de gelo polares também têm conseqüências
imediatas em ecossistemas marinhos e terrestres.
A quarta edição do Ano Polar acontece num contexto inédito
já que desde a última edição do programa,
há 50 anos, as temperaturas no Ártico canadense e na
Península Antártica aumentaram cinco vezes mais do que
em outras regiões do planeta. Por isso, o foco dos estudos
desenvolvidos até março de 2009 é o aquecimento
global.
O governo brasileiro já oficializou a participação
do país no API. O Brasil terá sete projetos e participará
de outros 21 estudos internacionais na Antártica, num investimento
governamental total de R$ 10 milhões para que pesquisadores
de 30 universidades públicas e privadas brasileiras possam
participar.
O foco dos estudos do Ano Polar Internacional será nos efeitos
do aquecimento global no Ártico e na Antártica e suas
conseqüências para o resto do planeta.
Na Península Antártica, observou-se, nos últimos
50 anos, um aumento da temperatura média de 0,55 grau Celsius
por década, cinco vezes mais do que a média no resto
do planeta, o que coloca a região como uma das mais sensíveis
às alterações do clima. Um degelo acentuado na
península seria suficiente para provocar grandes problemas
para o mundo, com o aumento significativo do nível do mar.
Na região do Ártico, o aumento da temperatura foi igualmente
elevado. Segundo o último relatório do Painel Intergovernamental
de Mudanças Climáticas da ONU, não restará
nenhum gelo na região dentro de um século, na época
do verão. O relatório do Painel não deixa dúvidas:
o planeta está num processo de aquecimento constante que poderá
causar muitos problemas para todos nós
Se os níveis de poluição continuarem do jeito
que estão, as temperaturas globais poderão aumentar
mais. Isso provocará mais secas, ondas de calor, enchentes
e furacões mais fortes, derretendo rapidamente as calotas polares
e aumentando o nível dos mares.