
        
        Na 
          manhã de terça-feira, 30, boa parte do povo taubateano 
          assistiu e aplaudiu mais uma enérgica ação do Diretório 
          Acadêmico Benedicto Montenegro (Faculdade de Medicina) contra 
          as condições calamitosas do Hospital Universitário 
          de Taubaté (HUT). Na Assembléia Geral do dia 10 de maio 
          e a da última quinta-feira, os alunos da Medicina chegaram a 
          um consenso a aprovaram uma paralisação parcial. Com uma 
          expressiva e representativa participação, realizamos uma 
          passeata pela cidade com um trajeto que começou na reitoria e 
          terminou em frente ao HUT. 
          A Universidade de Taubaté (UNITAU) foi o alvo maior das críticas 
          dos estudantes de medicina. Nem poderia ser diferente diante de sua 
          responsabilidade moral, intelectual e pedagógica sobre nós, 
          alunos. Ainda que muitos estudantes da universidade se sintam prejudicados 
          pela falta de transparência da instituição, são 
          os alunos da área da saúde, em especial aqueles que se 
          utilizam do HUT, que se sentem mais lesados diante dessa vergonhosa 
          situação. 
          A passeata foi uma ação branda. Ainda que os internos 
          e residentes preferissem um ato mais impactante, como uma paralisação 
          geral, o Diretório Acadêmico preferiu ser mais cauteloso. 
          Contando com a participação de aproximadamente 300 alunos, 
          incluindo alguns internos, a passeata foi uma demonstração 
          da união da medicina. O hospital continuou funcionando normalmente 
          e não prejudicou ninguém que precisou dele durante o período 
          da manhã.
          
        
           
            |  | 
        
        Os 
          acadêmicos de medicina exigem uma maior transparência da 
          universidade quando se trata do Hospital Universitário. Queremos 
          que a Unitau apresente um plano para que possamos acabar com a ciclotimia 
          dessas crises que, aos poucos, minam as forças que ainda mantêm 
          o HUT de pé. Temos de evitar, a todo custo, qualquer fraqueza 
          adicional. São inaceitáveis as condições 
          de trabalho hoje impostas aos internos, residentes, preceptores e demais 
          funcionários do HUT. Apesar disso, realizamos e continuaremos 
          realizando os serviços necessários porque somos movidos 
          pelo entusiasmo e pela paixão pela cura.
          Para a FUST - Fundação Universitária de Saúde 
          de Taubaté -, presidida por Paulo Raposo, as verbas ainda são 
          insuficientes para se manter um hospital sem prejuízo e zerar 
          o déficit que hoje é de aproximadamente R$350 mil. A FUST 
          tem um enorme rombo diante dos fornecedores, o que expõe o HU 
          a possíveis boicotes ou ver os preços dos serviços 
          e produtos desses fornecedores serem elevados, caso suas dívidas 
          não sejam sanadas. Dívidas que a UNITAU se nega a pagar. 
          Parece uma bola de neve. O mau funcionamento implica em menos verbas, 
          pois o hospital presta serviços ao Estado. Por outro lado, perde-se 
          com o tomógrafo inutilizado que deixa de produzir exames que 
          poderiam contribuir para um balanço financeiro equilibrado e 
          até mesmo positivo.
          Além disso, a composição física do Hospital 
          Universitário é incompatível com o local onde ele 
          se encontra instalado. É notório, também, que sua 
          estrutura antiga o compromete funcionalmente e financeiramente. O pior 
          é que isso não tem solução; consertar sairia 
          mais caro que construir um novo hospital.
          A condição deve ser encarada de maneira vergonhosa não 
          só pelos alunos, mas, principalmente, pela própria Unitau 
          que vê seu nome abalado por um hospital que é macro referência 
          e tem um destaque muito grande na saúde do Vale do Paraíba. 
          Ter um hospital é ter, antes de qualquer posição 
          no ensino do país, uma responsabilidade de peso incalculável. 
          Esperamos que a UNITAU entenda com urgência o quanto é 
          prejudicial para ela a lamentável situação em que 
          se encontra nosso hospital.
          Nossos primeiros passos foram sutis e balisadores. Os próximos 
          poderão ser cada vez mais pesados.