| Professora 
                          Beti Cruz, Oliveira Costa nos tempos de solteira, desabafa 
                          diante da violência que 
                          tomou conta do nosso estado, parou São Paulo, 
                          a maior cidade da América Latina, e propõe 
                          algumas medidas que poderão ser tomadas por nossas 
                          autoridades.
 Eu 
                          havia preparado algumas palavras sobre a tática 
                          de integrantes do governo federal de rebater críticas 
                          jogando sempre a culpa nas elites, nos tucanos e na 
                          imprensa. Mas, diante deste Dia das Mães triste 
                          e sangrento, mudei de idéia. Nosso maior problema, 
                          que agora volta à tona, é mais importante 
                          do que qualquer outro. Ele diz respeito a todos nós, 
                          independentemente de posição social, crença 
                          religiosa, cor da pele ou simpatia por este ou aquele 
                          partido político. Alguma coisa tem que ser feita 
                          logo, não podemos viver sob ameaças e 
                          ações desses bandidos que não têm 
                          dó nem piedade de ninguém.Nossa primeira reação é de medo. 
                          Em seguida, muita gente diz que o governo não 
                          faz nada, que é preciso colocar mais policiais 
                          na rua. Outros, que os bandidos deviam ter as mãos 
                          cortadas. Ou então que a pena de morte deve ser 
                          implantada. Sabemos todos que mais policiais na rua 
                          podem coibir o crime, mas não resolverão 
                          o problema. E que medidas tão drásticas 
                          como as duas últimas até poderiam surtir 
                          algum efeito, mas estão fora dos padrões 
                          atuais. Temos que pensar em outras soluções. 
                          Para isto, toda a sociedade deveria ter condições 
                          de exprimir suas opiniões. E como não 
                          encontramos canais disponíveis no momento, poderíamos 
                          começar com protestos.
 Vemos através de jornais e da televisão 
                          que outros povos manifestam seu descontentamento indo 
                          para as ruas. Recentemente estudantes franceses derrubaram 
                          uma lei porque tiveram coragem de enfrentar o governo. 
                          Argentinos protestam contra uma fábrica de papel 
                          uruguaia barrando a entrada de turistas daquele país 
                          ou enviando moça seminua para saltitar diante 
                          de governantes do mundo todo reunidos em Viena. Não 
                          podemos ficar de braços cruzados.
 Se nossos presídios não são suficientes, 
                          outros terão que ser construídos. De preferência 
                          bem longe das cidades, a quilômetros de distância 
                          de qualquer lugar habitado, para ali trancafiar os elementos 
                          mais perigosos. Isolados. E nada de visitas, muito menos 
                          de telefones celulares! E que juízes deixem de 
                          tratar com “humanidade” gente que de humano 
                          não tem quase nada. Dêem escolas e tarefas 
                          ocupacionais aos passíveis de recuperação. 
                          Aos outros, os chefes que de dentro das prisões 
                          comandam barbaridades, castigo rigoroso.
 Não podemos ficar à mercê de tresloucados 
                          bárbaros que nos declaram guerra. Nem que para 
                          isto tenhamos que deixar de lado obras previstas, como 
                          a nova ponte para a Argentina e outras e outras mais. 
                          Verbas têm que ser destinadas ao Projeto Maior. 
                          Verbas e idéias conjuntas.
 É chegada a hora de os governos dos estados e 
                          o federal se unirem à sociedade para juntos combatermos 
                          o inimigo.
 
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