NUMEROLOGIA E GEMATRIA

GEMATRIA – Procura dar uma explicação ao significado do valor numérico das letras do alfabeto hebraico como também a respectiva composição das palavras.
NUMEROLOGIA – Estuda um suposto significado oculto dos números e da sua influência sobre as pessoas. Para os numerólogos “os números e as suas vibrações são o alicerce do Universo. Tudo pode ser transformado em algarismos, ou melhor, pode ser explicado por eles”. Por exemplo, “se o número 5 é (de alguma maneira) associado a uma pessoa, então tal número indica que a mesma é uma pessoa que facilmente quebra os padrões sociais vigentes. Seu objetivo é ser diferente e inovador. Tem um talento natural para descobrir maneiras novas, e muitas vezes melhor, de fazer velhas coisas”.

A origem da numerologia, assim como a dos próprios sistemas numéricos, está perdida na história. Sabe-se que os hebreus já a utilizavam desde o século 12 AC, e que seus fundamentos derivam da Cabala - principal tradição do misticismo judaico -, cuja doutrina é baseada em interpretações alegóricas e numerológicas da Bíblia. Segundo a Cabala, os números derivam do nome de JEOVAH: YOH - HE - VAV - HE ou Y H V H.
Pitágoras adotava a tese de que "o princípio de todas as coisas é o número". Em termos gerais, essa tese sustenta que o conhecimento da natureza de tudo que existe no universo só pode ser obtido pela sua compreensão numérica.
Apesar de existirem poucos documentos que tratem da vida desse filósofo, sabe-se que ele fundou uma confraria científico-religiosa, chamada Escola Pitagórica, ligada ao Orfismo, religião cujos seguidores acreditavam na reencarnação como dádiva divina para a purificação da alma. Nessa confraria, Pitágoras introduziu ao Orfismo a investigação matemática que, segundo ele, seria também um recurso para a salvação da alma.
Diversas escolas pitagóricas seguiram os passos desse grande pensador, sendo que todas tinham, como premissa básica, a idéia de que o número é a essência de todas as coisas e que o universo é regido pela matemática.

O número 666
Nenhum número suscitou tanta interpretação quanto o famoso 666, que aparece no capítulo 13 do Apocalipse, aquele que trata da famosa Besta e relaciona esse valor ao Anticristo. São João diz: “Aqui está a sabedoria. Aquele que tem inteligência calcule o número da besta. Pois este número é número de homem, e seu número é seiscentos e sessenta e seis”.

Muitas exegeses já foram apresentadas para decodificar esse número. Por exemplo, 666 X 3 = 1998, ano que, supostamente, ocorreria a III Guerra Mundial, o que não se confirmou. Esse é um método simples.
O método mais usado, porém, é o de se atribuir valores às letras do nome do candidato à Besta do Apocalipse. Quando surgiu o protestantismo, esse método foi usado por algumas pessoas para tentar “provar” que o Anticristo era o Papa. Atribuindo-se valores numéricos às letras romanas que aparecem nos três títulos que o Santo Padre usa em sua tiara (DVX CLERI – VICARIVS FILLI DEI – VICARIVS GENERALIS DEI IN TERRIS), a soma atinge sempre 666, em qualquer dos títulos.
O cálculo, segundo a gematria cabalística judia, é baseado nos valores numéricos atribuídos a algumas letras do alfabeto hebreu – que é composto por 22 letras. As 9 primeiras recebem valores unitários de 1 a 9, as 9 seguintes, valores em dezenas, e as 4 últimas, valores em centenas. Por este cálculo revela-se, por exemplo, que o nome que a Igreja reconhece como o primeiro Anticristo, Nero, coincide com o número 666, pois, em hebreu, CÉSAR NERO se escreve com as seguintes letras:

CÉSAR se decompõe em:
(C)kof + (S) samekh + (R) rech (100 + 60 + 200)

e NERO = NERON em:

(n) noun + (r) rech + (o) vav + (n) noun (50 + 200 + 6 + 50)

que resulta em: 360 + 306 = 666.

Em Genesis 28:12 , por exemplo, encontramos o relato de que Jacó, num sonho, viu uma escada (em Hebraico = sullam) unindo a terra ao céu .Como sullam corresponde a 130 (S = 60 + l = 30 + m = 40) que é o mesmo número associado à palavra “Sinai” (S = 60 + i = 10 + n = 50 + i = 10), os exegetas concluíram que seguir as Tábuas da Lei (dadas a Moisés no Monte Sinai) seria o caminho mais curto para o homem atingir o céu .
Atualmente, não existe nenhuma comprovação científica das teses e dos procedimentos, tanto da Gematria, quanto da Numerologia.