Vereadora e pré-candidata a prefeita, a ex-petista que já foi vice-prefeita na segunda gestão de Roberto Peixoto (2009 -2012) almeja voltar. Confira os melhores momentos de sua a entrevista exclusiva à Nathália de Oliveira

Jornal Contato: A troca do PT pelo PMB (Partido da Mulher Brasileira) se deve ao petrolão e o impeachment?

Vera Saba: Eu fui muito fiel ao PT [mas] saí do partido porque estava insatisfeita com sua condução e tive a oportunidade [de sair] por meio da minirreforma eleitoral para algo novo. O PMB me deu oportunidade e me valorizou com uma nova proposta de abrir espaços para um novo comando.

 JC: Como que surgiu a oportunidade?

VS: Nasceu de um sonho e de acumulo de experiência de quando fui vice-prefeita de Taubaté, a segunda maior cidade da região metropolitana que tem um poder de unir cidades vizinhas e irmãs que podem contribuir com o desenvolvimento social e econômico.

 

JC: Como se destacar diante de tantos partidos tradicionais?

VS: O PMB nasceu de um sonho de uma nordestina que saiu de uma vida humilde de empregada doméstica, se tornou empresária e abandonou toda a carreira para lutar pela criação de um partido que possa atender os anseios da sociedade e não mais excluir as mulheres dentro desse cenário do nosso país. Quem está compondo o partido agora são lideranças que vieram de diversos segmentos sociais, de diversos partidos políticos e que prezam pela ética e o combate à corrupção na política. Taubaté não pode mais apostar em políticos que não tenham ficha limpa.

JC: Sua história como vice-prefeita de um governo que trouxe muitos problemas para Taubaté poderá afetar sua campanha?

VS: Fui eleita vereadora devido à valorização ao meu trabalho como vice-prefeita. Tive uma postura ilibada diante do governo. Nos primeiros 15 dias, quando assumi, Roberto Peixoto, o ex-prefeito, me posicionou que eu não precisaria trabalhar pelo município. Rompi politicamente e o PT me respeitou, mas não acompanhou essa ruptura da aliança PMDB e PT. E eu segui de forma independente acompanhando as falhas, denunciando ao Ministério Público e também junto a Defensoria Pública.

JC: Como lidar com Chico Oiring de vice nessa pré-candidatura?

VS: Estamos preparados para combater o tipo de pessoas que não tem a capacidade de agregar [nada] no processo, de realizar projetos, e que só têm a capacidade de passar o dia todo falando mal da vida alheia.

JC: Já possui apoio de algum parlamentar?

VS: Tenho um bom relacionamento com todos os vereadores, mas nós estamos com uma chapa pura e organizada no PMB com novas lideranças que tem o desejo de apresentar novas propostas. Nossa previsão é de elegermos de dois a três vereadores .

JC: Qual o foco de pré-candidatura?

VS: Nosso trabalho está [focado na relação] do empoderamento do controle social, da potencialização e garantia da cidadania e na garantia de direitos fundamentais da dignidade da pessoa humana. A proposta de pré-candidatura vai além de um projeto específico de nossas ideias. Estamos trabalhando ideias do povo, coletivas e de necessidade sociais.

JC: Quais são as propostas para superar o desemprego e gerar emprego?

VS: A questão de geração de emprego e renda, ficou abandonada em Taubaté. A cidade tem potencial e outras vocações e não somente a questão industrial. Pretendemos cobrar mais responsabilidades das multinacionais que recebem isenção de impostos. Precisamos potencializar o município também no turismo cultural e religioso.

JC: Quais são os projetos direcionados para a área da Saúde?

VS: Precisamos criar um dinamismo e eficiência que não existe nesta área. O município não dialoga com Estado sendo que um precisa do outro. O Hospital Municipal é nossa meta e um pronto socorro que funcione. Queremos mais leitos e vagas no Hospital Regional e para isso iremos dialogar com o Estado porque não dá para o Pronto Socorro funcionar como um mini Hospital Municipal.

 

JC: Caso seja eleita, continuará com as mudanças que estão sendo feitas no trânsito e no sistema viário?

VS: Vamos trabalhar tudo o que estiver errado e que será acertado com estudos técnicos e análises. Mais de 200 mil veículos em uma cidade de mais de 300 mil habitantes com ruas estreitas, sem anel viário, sem via expressa, sem transporte público de qualidade, sem plano de mobilidade urbana não dá. Nós temos também a questão do sistema de radares no município que tem diversos problemas e irregularidades.

JC: Quais são os principais problemas em relação à educação?

VS: Sou totalmente contra a terceirização da educação. Nós vamos valorizar os profissionais, pois está tendo muito desvio de função. Quando digo valorizar estou falando de remuneração. Cinco por cento das receitas tributárias que o município deveria repassar para a Universidade nunca foram repassadas. [Para tornar a universidade totalmente pública teremos] uma parceria do governo estadual e do governo federal.