A obstrução causada pelas obras no prolongamento da Rodovia Carvalho Pinto desviou a vazão das águas do Rio Una. O vereador Orestes Vanone (PV) entrou com solicitação junto a Geraldo Alckmin para compensação ambiental da região comprometida.

 

O vereador Orestes Vanone (PV), juntamente com os vereadores João Vidal (PSB) e Fião Madrid (PSDB), entrou com uma solicitação junto ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) para que parte do valor de compensação ambiental do prolongamento da Rodovia Carvalho Pinto, interligando a Rodovia Osvaldo Cruz, seja aplicado na recuperação da mata ciliar e desassoreamento do Rio Una.

O custo da obra é de R$ 79. 585.136, 26, que ficou mais de um ano atrasada. Entretanto, no início do mês de setembro, um desvio no Rio Una provocou uma redução considerável na água disponível para o abastecimento de Taubaté e Tremembé.

“Nós estamos aguardando uma audiência que o deputado [estadual] Padre Afonso (PV), que também se envolveu, juntamente com o secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo”, disse Vanone.

Devido ao desvio, boa parte da vazão das águas deixou de seguir o seu curso natural para se captada e bombeada no ETA (Estação de Tratamento de Água).

Segundo a Sabesp, o desvio provocou uma redução inesperada da vazão do Rio Una, que é responsável por 30% da água captada para abastecer as cidades.

“Ela (Sabesp) tem que ter a responsabilidade e o compromisso pela preservação do Rio Una. Afinal de contas, o produto que ela vende é a água e ela tem que preservar as suas fontes”, salientou o vereador.

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No entanto, o desvio levou as águas do rio para uma propriedade particular, localizada a cinco quilômetros do local de captação, na Estrada dos Remédios.

Segundo Vanone, a propriedade que foi alagada começou a ser afetada pelos problemas em fevereiro. A Sabesp, no caso, foi notificada, porém, só decidiu agir quando o abastecimento foi comprometido.

O proprietário revelou que chegou a contratar os serviços de um drone para localizar a obstrução, que tinha acúmulo de galhos de árvores. Em nota, a Sabesp alegou que “não é responsável pela manutenção dos córregos e rios”.

“Essas pessoas (moradores da propriedade) que foram prejudicadas estão reivindicando uma espécie de compensação pelo prejuízo que elas tiveram”, contou Vanone.

O parlamentar acredita que a união dos vereadores é de suma importância para o sucesso desse requerimento. Vanone, inclusive, ressalta a luta dos companheiros na elaboração desse pedido.

“Eu conversei com o Vidal e com o Fião e os dois assinaram comigo. O importante é somar as forças para resolver o problema. O pai tem que ser o povo de Taubaté”, disse.

Como a descoberta da contrapartida do valor da compensação ainda é recente, a solicitação deve demorar a ser atendida.

O assoreamento do rio chegou a média de 200 metros, sendo que a máquina para desfazer a obstrução passou por cima do rio. A preocupação da população é de que os detritos, oriundos da mata ciliar destruída, irão para as casas na época de chuva.

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Rio esquecido

Há mais de 20 anos que o Rio Una não recebe algum tipo de investimento na recuperação da mata ciliar, além do desassoreamento dos entulhos e detritos.

Recentemente, a ONG SOS Mata Atlântica realizou o plantio de cerca de 3.000 árvores nativas nas margens do Rio Una. Entretanto, devido ao alagamento provocado pela falta de limpeza do rio, o plantio foi completamente comprometido.