Por Paulo Lacerda / Foto divulgação

Na última sexta-feira, dia 19, a assembleia realizada em São Paulo pelo Sindicato dos Professores da rede estadual  (APOESP) deu início à greve por tempo indeterminado no estado. Segundo os sindicalistas, cerca de dez mil professores participaram do ato. Eles marcharam da Avenida Paulista até a Praça da República, onde foi realizada a assembleia. Os professores não aceitaram a proposta de 8% de reajuste salarial referente a 2012 feita pelo Governo do Estado. A categoria exige que o valor seja de 36% e o cumprimento da Lei do Piso.

Todavia, segundo o Diretor Estadual da Apeoesp, Silvio Prado, a greve em Taubaté está com pouca adesão, devido à situação preocupante dos professores da categoria “O”. Esse tipo de trabalhador corre o risco de perder o emprego caso faça greve.

“É uma das greves mais fracas dos últimos trinta anos. Se tiver mais de 50 professores em greve, num universo de cerca de 1500 na região é muito”, salientou. Ainda segundo Prado, é necessário esperar a próxima assembleia, que ocorrerá no dia 26 de abril, para saber o tamanho da adesão dos profissionais da educação em Taubaté.

Confira o comunicado divulgado na quinta-feira, dia 25, pela secretaria estadual de Educação:

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) rejeitou, em reunião solicitada à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e realizada na manhã desta quinta-feira (25), proposta apresentada pelo secretário Herman Voorwald de avaliar no segundo semestre a possibilidade, de acordo com as condições econômicas, de mais um aumento salarial para os profissionais do magistério.

 Vale ressaltar que, se aprovado pela Assembleia Legislativa o acréscimo de 8,1% apresentado na semana passada, a Política Salarial elevará em 45,1% os ganhos da categoria entre 2011 e 2014.

 A pasta também propôs, tendo em vista alternativas já em discussão com outras pastas do governo, que fosse feito, em parceria com o sindicato, um estudo conjunto para análise da situação de professores que atuam pela categoria O. A sugestão, contudo, foi sumariamente desconsiderada pelos representantes da Apeoesp.

Salário maior que o piso nacional

A valorização dos professores e demais funcionários da rede estadual de ensino está entre as prioridades do Governo de São Paulo. Os professores da rede estadual paulista, que já ganham 33,3% mais que o piso nacional vigente, passarão a ter, a partir de julho, uma remuneração 44,1% maior que o vencimento mínimo estabelecido em decorrência da Lei Nacional do Piso

Salarial Magistério Público. Cabe salientar que, a despeito das inverdades propagadas pelo sindicato, o Estado obedece ao limite máximo de dois terços da carga horária total para a jornada de trabalho docente em classe. Portanto, a pasta cumpre integralmente essa legislação.

É lamentável que a Apeoesp se paute por uma agenda político-partidária e ignore o amplo diálogo que a atual gestão tem estabelecido não apenas com os profissionais da rede estadual de ensino, mas também com os sindicatos da categoria. Desde 2011, o secretário Herman Voorwald e o secretário-adjunto João Cardoso Palma Filho se reuniram com líderes sindicais 23 vezes, sendo sete somente neste ano. Além disso, as entidades sindicais integram a Comissão Paritária que discute os Planos de Carreiras do Magistério, que devem ser concluídos ainda neste semestre.

Calendário escolar permanece inalterado

O sindicato busca ampliar a baixa adesão de professores à paralisação por meio do estímulo à ausência de alunos, induzindo pais a desrespeitarem sua responsabilidade legal de ter o filho na escola.

O andamento das aulas e o calendário escolar permanecem inalterados e que pais devem levar seus filhos à escola. A rede estadual dispõe regularmente de professores eventuais e, desde o início do ano, cerca de 55 mil profissionais se cadastraram para suprir, quando necessário, ausências pontuais de docentes titulares. Cabe esclarecer que essa é uma medida de praxe no cotidiano das unidades de ensino e que não tem qualquer outra finalidade a não ser garantir que os alunos tenham todo o conteúdo pedagógico previsto.

Os dados parciais dos períodos da manhã e da tarde apontam que ontem (24) o registro de faltas teve oscilação de apenas 2,3% do total de docentes em relação à média diária de ausências de aproximadamente 5%.