A máquina eleitoral bem azeitada funcionou e massacrou os adversários de Ortiz Júnior (PSDB). Além do tempo que dispunha no horário gratuito de rádio e TV, marqueteiros pagos não se sabe como deram um show. Isso mesmo. Foi uma campanha eleitoral profissional. Campanha bem-feita ganha eleição. O resultado eleitoral na terra de Lobato comprovou essa tese

            Apesar de vencer, o candidato tucano dificilmente poderá retornar ao Palácio do Bom Conselho como prefeito reeleito. Golpe? Claro que não. Trata-se de um resultado pra lá de anunciado. Jornal CONTATO registrou e divulgou.

Vamos aos fatos.

Resultados UOL

Resultados da eleição desse domingo (UOL)

Pressão política

Quando foi concluída a apuração, o Tribunal Regional não divulgou os votos obtidos por Ortiz Júnior. Mas uma conta simples mostra que ele obteve 74.589 votos em um total de 90.259 votos nulos.

Como CONTATO já havia anunciado, os votos tucanos foram anulados por que o registro de sua candidatura foi indeferido. E foi indeferido porque Ortiz Júnior foi condenado nas duas instâncias superiores: Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Qualquer um pode registrar sua candidatura que precisa ser deferida pela Justiça Eleitoral. Em 1959, por exemplo, um rinoceronte do Zoológico de São Paulo conhecido como Cacareco, foi “eleito vereador” com cerca de 100 mil votos. Foi um dos mais famosos casos de voto de protesto ou voto nulo em massa da história da política brasileira. Basta dizer que o partido mais votado não chegou a 95 mil votos.

Ortiz Júnior sabia que sua candidatura seria impugnada. Sempre soube. A lei é clara nesse caso. Sabendo que não teria chance junto à Justiça, partiu para um jogo de alto risco: pressionar politicamente as instâncias da Justiça Eleitoral. É o que está fazendo. E os números reforçam essa estratégia.

Parcial 1

Parci 4

Os números sempre favoráveis a Ortiz Jr, desde o início da apuração

Números acachapantes

As urnas eletrônicas registraram 74.589 votos para Ortiz Júnior. Esse resultado representa 50,44 % dos votos válidos, mas foram anulados. Pollyana Gama (PPS) obteve 36.006 votos (49,14 % dos votos válidos, excluídos os do tucano), Antônio Saud (PMDB) obteve 23.742 (32,40 %), Isaac do Carmo (PT) 8.426 (11,5 %), Sílvio Prado (PSOL) 2.259 (3,08 %), Vera Saba (PMB) 1.496 (2,04 %), e Donizete Lousada (PSDC) 1.339 votos (1,83 %).

Imediatamente, porém, Paulo Roberto da Silva, juiz eleitoral, informou que a eleição em Taubaté está suspensa até que sejam julgados eventuais recursos do candidato tucano.

Na segunda-feira, 03, o TSE divulgará o acórdão sobre o julgamento que condenou Ortiz Júnior pelo placar de 4 X 3 votos naquela corte. Apesar do seu resultado ser conhecido – foi condenado a perder o cargo de prefeito e inelegível por 8 anos, é muito importante o que constará no referido acórdão.

O juiz eleitoral afirmou que a solução do imbróglio eleitoral em Taubaté depende das instâncias superiores que terão de decidir até dia 1º de novembro. Mas não fez qualquer referência ao segundo turno agendado para dia 30 de outubro.

Diante desse quadro só existem duas soluções, uma vez que o juiz eleitoral excluiu a possibilidade de haver segundo turno:

  • Se Ortiz Júnior for absolvido, ele assume no dia 1º de janeiro;
  • Se a condenação for mantida, o que é mais provável, haverá uma nova eleição para prefeito com outro candidato no lugar de Ortiz Júnior.

Na manifestação seguida de carreata após a publicação dos resultados resultados pela Justiça Eleitoral, Ortiz Júnior fez discurso como tivesse vencido o pleito e que retornaria ao Palácio do Bom Conselho. Um comportamento que merece uma análise que está mais para a psiquiatria do que política. Amanhã daremos mais detalhes.

Consolo?

A terra de Lobato não está só nessa empreitada. Em Bragança Paulista, por exemplo, o candidato a prefeito Jesus Chedid foi eleito com uma votação muito mais expressiva que a obtida por Ortiz Júnior. E lá não existe ainda segundo turno.