Apesar das promessas, em menos de 24 horas Saud escolheu o capitão Souza, na foto com Adriana Mussi

Em política, o que mais se faz são acordos. Em geral, são fechados no fio do bigode. Ou seja, não há nada escrito. Se uma das partes não cumprir, não existem meios legais para exigir seu cumprimento. Além da vingança, claro.

Antes de eleito, José Saud pregava que não nomearia secretários durante os primeiros meses de seu governo. Preencheria seu secretariado com funcionários de carreira. Foi a maneira que encontrou para afirmar que não havia acordos através dos quais o prefeito recompensaria aqueles que o ajudaram.

Aparentemente, uma boa ideia. Muito embora não fosse e não é nada original. Há pouco mais de 2 anos, o candidato Jair Bolsonaro afirmava em suas pregações de campanha que faria um único mandato. Afirmava assim um compromisso de acabar com o processo de reeleição. Ganhou muitos votos com essa promessa de campanha. Era um importante passo para acabar com a “velha política”. Bastou ser eleito e empossado para dar início à sua campanha para se reeleger em 2022. Em seguida, abriu as porteiras para o Centrão ele dizia combater.

Capitão Souza nunca escondeu seu compromisso com o presidente e o vice

Saud parece que aprendeu a lição. Na segunda-feira, 30, menos de 24 horas de “confirmar” sua vitória, o futuro prefeito anunciou os nomes de dois de seus secretários: Adriana Mussi, vice-prefeita eleita e presidente do Conselho Tutelar ficará com a secretaria de Desenvolvimento e Inclusão Social. Nome certo, para o lugar certo e sem qualquer acordo que pudesse manchar a promessa de campanha.

Porém, o segundo nome parece que foi nomeado em Brasília. Capitão Souza, o candidato derrotado que ficou em 4º lugar na disputa eleitoral, será o novo secretário de Segurança Pública. A mau cheiro começou a tomar conta do futuro meio ambiente. Tudo indica que foi fruto de um acordo que o candidato Saud dizia que não faria. Memória curta que poderá revelar outros acordos que virão à tona. Uma questão de tempo. Só isso.

Aliás, o Ministério Público ajudou a esclarecer o dilema vivido pelo prefeito Ortiz Júnior para definir quem seria o candidato apoiado pela máquina da Prefeitura. Guará Filho, por exemplo, disputou palmo a palmo mas perdeu para Eduardo Cursino e depois foi se lamentar na primeira sessão da Câmara pós eleição. Ocasião em que insinuou traições sofridas. A imprensa registrou sua belíssima mansão recém construída. Homem de sorte!!

Guará Filho, na foto com Ortiz Jr, foi derrotado pela própria ambição

Voltando à vaca fria, a indicação do Capitão Souza é emblemática. A explicação mais simplória é que se trata de um acordo firmado entre o 1º e o 2º turno. Não haveria qualquer compromisso político-ideológico. Eu quase acreditei. Juro!

Vou me preparar para o fim de semana porque os próximos indicados vão  esclarecer muito mais. Principalmente entre os apoiadores da campanha de Saud. Tem gente adquirindo cadeira de pista só para assistir o embate que será travado entre as várias correntes da TFT – Tradicional Família Taubateana. Oremos!!