Tuma Júnior, no canto superior direito da foto, na porta do DEOPS, escoltando o casal Lula da Silva, a pedido de Romeu Tuma, em maio de 1980.

Crônica de Paulo de Tarso Venceslau

Conchavos e acordos do então líder sindical com a polícia política, fábrica de dossiês contra adversários do governo petista, revelações sobre o assassinato de Celso Daniel, então prefeito de Santo André, em janeiro de 2002, mensalão e as delações de Lula a Romeu Tuma, delegado de polícia do DEOPS são algumas das revelações bombásticas no livro “Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado” assinado por Romeu Tuma Júnior, também delegado de polícia.

Dessa vez, porém, os petistas não poderão acusar a imprensa e muito menos a oposição (se é que ela existe) de acender o pavio de mais uma bomba. Tuminha, como é conhecido o autor do livro, é (ou era até recentemente) um aliado fiel de Lula e do PT. Durante mais de três anos (2007/2010) do segundo mandato de Lula, ele exerceu o estratégico cargo de secretário Nacional de Justiça. Ali são arquivadas “informações confidenciais de outros países, listas de contas bancárias de investigados e documentos protegidos por rigorosos acordos internacionais”.

A denúncia é mais um produto resultante de alianças espúrias que conduziram o alcaguete Lula, informante da polícia política, à presidência por 8 anos, que reconduziu ao poder a oligarquia que agonizava e deu poder ao esbirros da ditadura. A revista Veja dessa semana traz uma resenha contendo alguns tópicos bombásticos.

Imediatamente, o exército virtual do PT entrou em ação. A falta de criatividade, porém, revela o padrão e a qualidade desse time: primeira medida foi desqualificar o veículo e o denunciante. Mas foi a Justiça e o próprio governo petista que concederam atestado de boa conduta a Tuminha.

Só quero ver e ouvir o que vão escrever e dizer a respeito dos seguintes pontos:

– A Comissão de Ética Pública da Presidência da República concluiu que nada havia contra Tuminha;

– A sindicância feita pelo Ministério da Justiça concluiu que nada havia contra ele;

– Inquéritos da PF foram arquivados sem resultar em indiciamento;

– O Ministério Público nunca ofereceu denúncia sobre nada;

– Uma acusação de improbidade administrativa por conta de uma apreensão de dólares no aeroporto de Cumbica foi arquivada pelo Ministério Público por falta de evidência de que se tivesse cometido algum crime.

Só quero ver a cara desse povo quando aparecer foto de Lula sendo preso pelos Tuma – pai e filho, reproduzida abaixo.

Só quero ver a cara desse povo diante da declaração feita por Tuma Jr de que teria ouvido de Gilberto Carvalho, então chefe de gabinete do presidente Lula, soluçando, “…eu era braço direito do Celso [Daniel, então prefeito de Santo André], seu homem de coniança. Quando saiu aquela história de que havia desvio na prefeitura, eu, na maior boa-fé, procurei a família dele [para] dizer a eles que Celso nunca desviou um centavo para o bolso dele, e que todo o recurso que arrecadávamos eu levava para o Zé Dirceu, pois era para ajudar o partido nas eleições”.

Além de explosivo, o livro lança luz também sobre uma história um pouco mais antiga. Tuminha assegura que o então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva foi informante da ditadura. Lula nunca escondeu a relação de amizade com Romeu Tuma, falecido em 26 de outubro de 2010, pouco mais de quatro meses após a exoneração de seu filho da secretaria nacional de Justiça. Tuminha estava lá quando Lula foi preso.

Tuma Jr afirma que tem documentos e que está disposto a falar a respeito no Congresso. Diz ainda que o governador Tarso Genro (RS), então ministro da Justiça, o pressionou a divulgar dados de dossiês apócrifos contra tucanos. E que a pressão vinha de todo lado, inclusive da Casa Civil, comandada pela presidente da República, Dilma Rousseff.

O jornal “Estado de S. Paulo” é classificado pelos petistas como um dos integrantes do chamado PIG (Partido da Imprensa Golpista). Curiosamente, foi uma reportagem desse mesmo veículo que revelou gravações telefônicas e e-mails trocados entre Tuma Jr. e o suposto chefe da máfia chinesa de São Paulo, Li Kwok Kwen, conhecido como Paulo Li. As gravações foram interceptadas pela Polícia Federal durante investigação sobre contrabando. Paulo Li foi denunciado pelo Ministério Público Federal no fim de 2009 por formação de quadrilha e descaminho contrabando. Tuminha foi excluído, embora já tivesse caído em desgraça junto ao governo Lula.

O mesmo Estadão é também responsável por reportagens bombásticas denunciando maracutaias tucanas envolvendo mucha plata de empresas poderosas como a Alstom, Siemens e outras mais na corrupção de dirigentes de empresas paulistas e tucanos de alta plumagem.

Quem tem coragem de pôr a mão no fogo por algum desses políticos?