Nem foi preciso mudar para que tudo continue como está

            O debate entre José Saud (MDB) e Loreny (Cidadania) na sexta-feira, 27, promovido pela TV Vanguarda, explicitou, mais uma vez, a enorme diferença entre os dois candidatos. Enquanto a candidata expôs propostas de seu programa, o medebista balbuciou com dificuldade ideias desconexas do contexto.

Mas o debate em si era o menos importante. Na quarta 25, Saud “fugiu” do debate previamente agendado que seria transmitido pela TV Câmara. O abandono do compromisso provavelmente foi orientado pelos seus (maus) assessores para evitar um anunciado de mau desempenho. Não queriam correr o risco de perder a diferença que as pesquisas que, embora não reveladas, já eram conhecidas. No dia seguinte a TV Band revelou uma dessas pesquisas. Muita gente já conhecia os resultados.

Acontece que o grande duelo público estava agendado para ser realizado – como acabou sendo – pela TV Vanguarda, que possui uma audiência muito maior. E aí morava o perigo. Diante da repercussão negativa provocada pela “fuga” do debate na TV Câmara, os (maus) assessores de Saud revisaram suas posições e mantiveram a presença do candidato.

Esse movimento pendular tinha suas razões pouco ou nada consistentes: a frente consolidada pelo candidato no segundo turno seria sólida e consistente. Todas as pesquisas apontavam que seria muito difícil, quiçá impossível, reverter essa situação. Tudo indica que nesse caso os (maus) assessores podem ter acertado. Amanhã à noite teremos o resultado final desse pleito.

O desempenho candidato no debate da Vanguarda/Globo foi o esperado. A candidata, mais uma vez, provou que está mais preparada, assim como suas ideias e propostas têm começo, meio e fim. Saud falhou até mesmo na tentativa de se passar por vítima por causa de suas dificuldades para se expressar. Enfim, o resultado do embate foi um repeteco do que já se conhecia.

Mas Saud deverá vencer nas urnas. Ele tem uma carta imbatível que colheu ao conseguir reunir sob sua candidatura nesse segundo turno todos os diferentes segmentos da nossa TFT – Tradicional Família Taubateana que estava dividida. Não foi necessário nem mesmo materializar a famosa frase do romance “O Leopardo”, de Tomasi di Lampedusa: “algo deve mudar para que tudo continue como está”.

Saud não era o Plano B de Ortiz Júnior, que o apoiou publicamente pedindo votos para o medebista. Saud é a expressão viva do conservadorismo taubateano. Não foi preciso sequer mudar. Tudo será como antes.