Delfim Netto

O ex-czar da economia está convencido de que a retração econômica causada a partir do coronavírus tem que ser enfrentada já nos próximos meses com algum tipo de investimento público. O foco seria em projetos que estão quase concluídos, embora paralisados, e em empreendimentos com boa taxa de retorno e alta empregabilidade, como obras de infraestrutura. Delfim acha que o governo deveria criar imediatamente um grupo para pensar o que ele batiza de “terceiro semestre de 2020”, ou seja, o primeiro semestre do ano que vem (“2020 não acaba este ano”).

Para Delfim, a crise atual teve o dom de fazer as pessoas redescobrirem a importância do Estado: “Elas cedem um pouco de sua liberdade ao Estado em troca de que ele coordene, em nome delas, ações para toda a sociedade nos momentos de emergência. É isso o que está sendo feito agora”. A duas semanas de completar 92 anos, Delfim é um otimista, apesar do terremoto criado pela Covid-19: “Vai passar. Essa é uma das dezenas de crises criadas pelo homem desde que os vírus dos animais que ele domesticou se transferiram para ele próprio”.

Regina Duarte

Regina Duarte: poucas luzes

A ex-global tomou posse há 40 dias e, por enquanto, tem uma atuação entre apagada e discreta —exceto nas redes sociais, onde tem circulado com alguma desenvoltura, sempre defendendo Jair Bolsonaro. Em parte, porque assumiu pouco antes do estouro da Covid-19 (no dia em que tomou posse, havia apenas três contaminados no Brasil). Mas também porque não conseguiu mexer nos principais cargos da Secretaria da Cultura e nem nomear ou demitir quem gostaria. A presidência da Biblioteca Nacional mantém-se nas mãos do olavista Rafael Nogueira. A Funarte segue com um presidente interino. E a Fundação Palmares continua subordinada a Regina, mas com um presidente com quem ela não conversa, o mais do que polêmico Sérgio Camargo.

Emilio e Marcelo Odebrecht

Marcelo e Emílio Odebrecht

Odebrecht: pai e filho sem acordo

Rompidos e numa disputa feroz que só se acirrou nos últimos dois anos, Marcelo Odebrecht e o pai, Emílio, ensaiam desde março um armistício jurídico-familiar —sobretudo visando à divisão de bens. Ainda é coisa incipiente e mediada por advogados. Marcelo mandou também um emissário à Odebrecht, tentando negociar uma trégua. Mas ali nada andou.