Confira o que autoridades, representantes do povo e empresários avaliam o ano que teima em não terminar e o que esperam para o novo ano

 

José Rui Camargo – Reitor da Unitau

2016: “Foi um ano bastante difícil não só para a Universidade de Taubaté, mas para o Brasil todo. No segundo semestre tivemos dois grandes problemas que felizmente já foram recuperados, mas que trouxe bastante dificuldade para a Universidade. O primeiro deles foi a falta de repasse do FIES, o financiamento estudantil, por parte do governo federal. Nós temos hoje aproximadamente 2.700 alunos com FIES. Isso representa, com o valor médio da mensalidade em R$1000, R$2.7 milhões por mês. Nós ficamos desde julho sem receber o repasses e isso acabou em uma dívida em torno de quase R$15 milhões. Em dezembro, iniciaram os repasses que trouxeram para Universidade um certo alívio. Mas mesmo assim ainda temos a receber entre 6 e 7 milhões. A segunda questão que prejudicou bastante foi a inadimplência. Desde 2012 a Universidade, a inadimplência tem se na faixa de 10, 12%. Infelizmente, por razão da conjuntura econômica, nós fechamos dezembro com quase 32%. Uma inadimplência altíssima que deixa quase inadministrável a instituição. Sobre essa questão, buscamos fazer acordos com os alunos, antecipamos as rematrículas e buscamos flexibilizar os acordos. Ao longo do mês de janeiro esperamos recuperar essa inadimplência. Mesmo com todo esse cenário, cumprimos todas as obrigações, pagamos todos os salários.

 

2017: “Esperamos que esse ano melhore. A região foi muito afetada e isso trouxe consequências não só para a Universidade como que para toda indústria e comércio. Esperamos que isso melhore, mas ainda temos que tomar algumas medidas. Estamos fazendo alguns projetos de contenção de despesas, obviamente. Nós temos ainda como fonte principal de receita as mensalidades, então precisamos captar alunos. Nesse sentido, no dia 29 de janeiro vamos realizar o segundo processo seletivo de verão”.  

 

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Vereador Douglas Carbonne (PCdoB)

2016: “Foi um ano conturbado e de muito trabalho por conta das eleições. O trabalho foi triplicado. Em 2016, Taubaté não teve muitas mudanças. Teve o problema do Centro de Reabilitação Lucy Montoro que teve as obras iniciadas e logo em seguida foram paradas”.

 

2017: “A expectativa é que a gente coloque os projetos para andar como a proibição das carroças e a proibição dos fogos de artifício. Para Taubaté, queremos que todas as obras paradas voltem para assim melhorar a vida da população. Iremos fiscalizar o poder Executivo”.

 

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Vereador Digão (PSDB)

2016: “Um ano com grandes problemas econômicos e o nosso município ficou atrás disso. A Prefeitura, a Câmara e o trabalhador sentiram na pele. A crise pegou todos os municípios. O cenário político também está bem desgastado. E isso faz com que a população possa refletir sobre os seus representantes, analisando melhor os seus candidatos. De um lado é prejudicial, pois afeta a imagem do Brasil, mas por outro lado faz com que a população observe um pouco mais o papel do político”

 

2017: “A gente tem que ser otimista e pensar positivamente, para que o Brasil possa recuperar e, consequentemente, melhorar a questão do emprego no nosso município. Na política, espero que a gente possa ter um ano produtivo e que a Câmara Municipal possa votar projetos importante que auxiliem Taubaté. E que o Executivo também possa fazer um bom trabalho. O prefeito foi eleito em primeiro turno e [espero] que ele possa representar toda a cidade. Taubaté tem um potencial enorme no turismo que deve ser aproveitado. Esperamos também que as empresas possam sair dessa crise, trabalhar mais, gerando mais riqueza para a cidade”

 

Vereadora Vivi da Rádio (PSC)

2016: “Foi um ano muito enrolado, de muita luta, de muita campanha trabalhando em prol da população junto ao programa de rádio. Foi um ano inteiro de campanha nas ruas. Para o país foi muito complicado por questão da crise econômica e o impeachment. Foi um ano triste e conturbado. Agora precisamos de pessoas melhores nos representando no governo”

 

2017: “Eu realizei um sonho e dentro do meu coração eu sei que tenho que continuar com o trabalho. Taubaté clama por pessoas que olhem para os mais carentes, como os idosos, que o poder público não dá atenção. No programa de rádio, atendíamos toda a população de vários bairros, então estou preparada para ser uma vereadora de não só um bairro, mas de toda Taubaté”.

 

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Vereadora Loreny (PPS)

2016: “Foi um ano difícil, de crise. A crise política foi pior do que a econômica. O cenário depressivo da sociedade por causa da crise política acaba entrando na onda da crise econômica. O País ficou frágil. A democracia ficou frágil com o que eu concordo que seja um golpe [dado] com razões que não estão na constituição. Todo esse cenário causou a descrença da população. Acreditou-se que saindo na rua as coisas mudariam. Porém, o que vemos é a continuidade de problemas e denúncias. Aumenta cada vez mais a lista de políticos [envolvidos] com corrupção. O lado positivo é que todos os casos têm sido apurados. Há o reflexo natural. A gente viu a população indo às ruas, sendo que não foi tanto pela questão local de um prefeito condenado, julgado, condenado em terceira instância, e depois com as possibilidades jurídicas foi inocentado. Embora o entendimento dos Ministros tenha sido controverso. Afirmaram que houve desvio, mas não puderam afirmar que o dinheiro tenha sido aplicado. Muito esquisito. ”

 

2017: “Como cidadã e como representante do povo quero trazer o fortalecimento para as pessoas participarem, entenderem seus direitos e se envolverem com a política de forma saudável e eficiente. Se a gente convida para Audiências Públicas, elas não se sentem participando de verdade já que seus posicionamentos não são ouvidos devido a todos os processos burocráticos e, convenhamos, chatos. Quero tentar ampliar a capacidade das pessoas fortalecerem a cidadania. E cumprir com as minhas promessas de campanha: transparência, fiscalização e ajudar no entendimento do orçamento público. Os cidadãos devem ajudar a decidir como o orçamento deverá ser utilizado e quais são as prioridades já que o dinheiro é de todo mundo. Este ano será de um cenário difícil para os municípios considerando a PEC (Projeto de Emenda Constitucional) 241 com a redução eminente do orçamento. Mas isso não é desculpa. [A prefeitura] aumentou o IPTU acima da inflação, mas não pode cumprir o compromisso de corrigir o salário do servidor acima da inflação? Não é desculpa, pois um bom gestor tem que gastar com eficiência”.

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Deputada Federal Pollyana Gama (PPS)

2016: “Foi um ano difícil. E hoje ficou latente a necessidade de a gente rever as prioridades. Essa dificuldade [foi] acentuada em função da crise econômica, consequência da crise política e moral que potencializa uma série de dificuldades: desemprego e falta de repasse para os municípios. Quando isso se soma à corrupção, tudo se agrava. [Além disso] passamos por um processo eleitoral, permeando a dúvida em Taubaté devido a situação de um candidato. Embora tenha se resolvido posteriormente, isso acabou conturbando todo o processo. Muito difícil para a população participar desse processo. Taubaté acabou fazendo a sua escolha. A corrupção em um momento político conturbado acaba por aflorar qualquer situação, porque a esperança fica em xeque. A maior dificuldade que a gente tem é reconstruir isso tudo e restabelecer a política de fato”.

 

2017: “Tomei posse em novembro [como deputada] e fizemos todo um realinhamento de trabalho para que a gente possa corresponder às expectativas da região. A gente tem um desafio grande. A economia mostra que não vai ser tão fácil. Nesses últimos dias visitamos 12 cidades e a principal preocupação é que o repasse do Governo Federal para os municípios caiu muito. Minha expectativa é contribuir com um trabalho sério, me aproximar da população, escutar as demandas e buscar com o governo melhorias para região. Uma das coisas que temos que olhar é a divisão dos tributos. A maior parte vai para a união e os dos municípios estão em queda. Como o governo está disposto a fazer tantas reformas, isso é algo que temos que pensar”.
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Maria Júlia Egreja, empreendedora

2016: “Foi um ano realmente muito difícil.  A política social foi ladeira abaixo, a economia completamente desestabilizada. A cesta básica caríssima e os comerciantes aumentando os preços. Inúmeros cortes em empresas causaram transtornos nas famílias e o impeachment causou uma divisão no país. Por outro lado, as pessoas se tornaram cada vez mais ativas na política, o que pode ser bom e ruim. Pra quem é empreendedor, os impostos inviabilizam muitas coisas, e a gente não vê esse dinheiro voltando”.

 

2017: “Apesar de tudo, tenho esperanças. O dólar já voltou a baixar (comparando com 2016/2015), e isso impacta principalmente com quem trabalha com produtos do exterior. Na agência, compramos softwares estrangeiros, pagos em dólar, e qualquer queda já dá um alívio. E espero também que o presidente tenha um olhar mais administrativo do que político e consiga dar uma alavancada na economia e uma estabilizada nas políticas sociais”.

 

Marcelo Ramos, publicitário

2016: “Foi um ano de transição e mudanças. Saiu um governo eleito democraticamente, resultado de “pressão popular” e manobras políticas, dando lugar para uma política mais conservadora, elitista e abrasiva em questões sociais, que impactam diretamente no cenário econômico do País e da população, principalmente os mais pobres. E o pior de tudo é que são impactos violentos. A mudança na previdência, por exemplo, afeta milhões de brasileiros. Mas como é algo a longo prazo, que não impacta no hoje das pessoas, elas parecem não dar tanta importância assim. Eu, sinceramente, tenho medo”.

 

2017: “Eu espero que a sabedoria reine sobre a mente das pessoas. A gente vive num tempo em que todo mundo sabe de política e de economia, a ponto de crer que sua opinião é argumento válido. Não é bem assim. O governo mudou de maneira não muito legal? Mudou! Foi golpe? Foi, que será confirmado pela história ou não. Mas também não quero ser negativo e esperar que o atual presidente faça um mau governo. Espero que as decisões levem o povo em consideração e que um grande número de pessoas possa se beneficiar com as mudanças. Meu temor é que tenhamos que voltar para um cenário precário dos anos 90 para daí, sim, querer mudanças. Seria um retrocesso absurdo”.

 

Kássia Hoshi, jornalista

2016: “Os últimos anos foram bons, a gente passou por grandes mudanças na parte viária, educacional e da saúde. Sobre a parte viária, achei que algumas coisas ficaram ótimas como o corredor da Independência até o Centro. Outras ,como a própria organização das ruas do centro, como a Sacramento, ficaram um pouco sem sentido. Já na parte da Educação, eu peguei a época de implantação do sistema integral e vi que havia muitas crianças para pouco espaço em alguns casos, e também a falta de infraestrutura da escola para acolhê-los. Na parte da Saúde, gostei bastante da criação de novas unidades, um novo jeito de atendimento e os Postos de Saúde que passam por reformas. Sempre que precisei do Sistema de Saúde fui bem atendida”.
2017: “Espero que a tarifa de ônibus não aumente, e que a frota da ABC cumpra a lei e adapte todos os ônibus, além do cumprimento dos horários. Também espero do prefeito um maior apoio à Cultura e Educação, incentivando coletivos na cidade. E espero dos vereadores um trabalho fiscalizador de verdade, sem priorizar favores pessoais, levando em consideração toda a população taubateana”.