Para Edmauro Santos e Rubem Figgot

            Não me recordo passar uma semana sem escrever pelo menos uma crônica. Para ser sincero, dia sem historiar um caso, preencher página de diário, mandar um bilhete que seja, é como se me faltasse algo essencial, tipo ar. Isto é paradoxal, pois há quem contabilize tais práticas nas parcelas de tarefas penosas, defeitos, vícios, ou pelo menos mania.

Curiosamente, às vezes encontro alguma coisa relativa à dificuldade que muitos têm em achar assunto. Definitivamente, não é meu caso. Sempre me sobram temas, e não raro até estabeleço disputa. Mal termino uma crônica, e já desponta a vontade de definir a próxima. Faço uma lista de possíveis conversas e vou guardando a chance de dar-lhes vida. Agora mesmo, quando me preparava para redigir esta, dei uma olhada no que tinha em estoque e notei a fartura de eventos deste setembro: dia da Amazônia, da Pátria, da Alfabetização, da Árvore, a chegada da primaveral, nossa!… Vejam os natalícios: 75 anos Freddy Mercury (dia 5), Jon Hendricks, 100 anos (dia 16), Dom Paulo Evaristo Arns, Zé Kéti, Paulo Freire (dia 19). Isto sem tanger o rol de profissões, tipo dia da: Educação Física, Biólogo, Administrador, Veterinário, Agrônomo, Engenheiro químico, Contador, Farmacêutico, Secretária. Cabe não deixar de fora uma data que me é especial: dia dos Cardíacos, 24 próximo.

Paulo Freire faria 100 anos dia 19 e ainda incomoda a extrema direita bolsonarista

Pois é, dentre tantas opções, vaguei lugar especial ao famigerado 11 de setembro. Confesso que antes de assumi-lo filtrei comentário de um amigo que, logo no meio daquele dia, postou mensagem reclamando “estamos na manhã e as Torres já caíram umas 500 vezes”. Isto teria sido bastante para que meu silêncio não acontecesse imediatamente depois de eu receber, em outra rede, uma anotação de outro colega dizendo empolgado que acabara de ler meu livro “11 de setembro de 2001: a queda das Torres Gêmeas de Nova York”, publicado pela Companhia Editora Nacional, em 2005. Resolvi dar uma relida no texto e cheguei a uma passagem que ainda hoje me surpreende.

O capítulo chamado “11 de setembro como fatalidade” é aberto com um aspecto perturbador, ligando aquela tragédia ao significado do número 11. E assim declinava sinalizações depuradas por cabalistas, astrólogos, numerólogos, ocultistas, maçons, e entre outras, de 42 “coincidências”, destaquei algumas:

A data do ataque foi 09/11 corresponde à soma de 9 + 1 + 1 = 11

Nos Estados Unidos o número de socorro telefônico é 911

11 de setembro é o 254º dia do ano e 2 + 5 + 4 = 11

A indicação do voo fatal que atingiu a primeira Torre era AA11: A = 1, A = 1, AA 11

O líder do ataque do voo AA11, Mohamed Atta, tem 11 letras em seu nome

O voo AA11 tinha 92 pessoas abordo e 9 + 2 = 11

O voo AA11 tinha 11 tripulantes, sendo 2 pilotos e 9 atendentes;

O alvo do AA11 era New York City que tem 11 letras

O nome dos dois prédios tingido era World Trade Center Towers que tem 22 letras

As torres gêmeas, lado a lado, representam o número 11

Morreram no ataque 11 bombeiros

Os escombros das torres destruídas corresponderam a 11 andares cada

O v0o que   atingiu o Pentágono foi o UA 77 e 11 X 7 = 77

O voo UA77 tinha 65 passageiros a bordo, e 6 + 5 = 11

Maomé, o profeta do Islamismo, morreu em 632, sendo que 6 + 3 + 2 = 11

O Manual da Jihad Islâmica possui 11 volumes

119 é o código de área do Iraque e 1 + 1 + 9 = 11

O presidente dos EUA na ocasião era George W. Bush, que tem 11 letras

O número de George W. Bush na Força Aérea é 29000, ou seja 2+9+0+0+0 = 11.

Confesso que depois de escrita a crônica pensei em descartá-la, mas relendo achei melhor pedir 11 desculpas ao amigo esgotado com o assunto. Agradeço 11 vezes o leitor que promoveu mais esta aventura. E me pergunto por que meu livro tem 11 capítulos?