A edição 335
de CONTATO relata que na sexta-feira, 14, a praça Santa
Terezinha foi literalmente invadida por camionetas, jipes e caminhões
que foram utilizados na sétima etapa do 5º Rally Rota
dos Bandeirantes, realizado em Taubaté, no dia 15. Na véspera,
por volta da 16h, teve início as vistorias técnicas.
No site do Rally, não havia e ainda não há
qualquer definição do local onde seriam realizadas
as tais vistorias, previstas para se encerrarem por volta das
21 horas.
Até o momento, nenhuma
autoridade assumiu a responsabilidade pela autorização
dada para que aquelas viaturas fossem colocadas sobre a grama
e em frente à igreja, quase impedindo a entrada de fiéis
pela porta central. As fotos falam por si. As grades móveis
e as fitas isoladoras são recursos restritos às
autoridades de trânsito, que negam veementemente que tenha
dado qualquer autorização e muito menos apoio para
esse evento.
Acontece que não é
a primeira vez que isso acontece. Nas festas julinas e da padroeira,
em outubro do ano passado, foram profundas as marcas deixadas
na praça que é um dos símbolos mais bonitos
de Taubaté. As fotos mostram que não há qualquer
preocupação por parte das autoridades municipais
com esse patrimônio público.
Luz no túnel
Desde que o Jornal CONTATO
começou a divulgar a iniciativa de moradores do entorno
e das proximidades para começar um movimento pela defesa
da praça Santa Terezinha, algumas vitórias já
podem ser contabilizadas. A mais significativa foi a adesão
do vereador Carlos Peixoto que resultou na confecção
de um requerimento solicitando uma série de informações
a respeito dos boatos que corriam e ainda correm a respeito do
destino da Praça. Fala-se de construção de
banheiros públicos, postos de alvenaria de apoio ao turismo,
e até mesmo de quiosques destinados ao comércio
de comidas e bebidas.
Enquanto os moradores aguardam
a resposta ao requerimento de Carlos Peixoto, que além
de presidente da Câmara é sobrinho do prefeito Roberto
Peixoto, de quem já foi seu líder no Legislativo,
é preciso resgatar outras iniciativas.
A mais importante, foi sem
dúvida a do vereador Ângelo Filippini (PSDB). No
dia abril de 2006 ele entrou com dois projetos de lei. O primeiro,
cria as chamadas Áreas Especiais de Interesse Urbanísticos,
as AEIU. Elas “correspondem às áreas nas quais
se dá o exercício das funções urbanísticas
de lazer e recreação, abrangendo praças,
parques, jardins e sejam declaradas como de especial interesse
urbanístico em vista de sua localização,
dimensão ou valor histórico”. Essa lei já
foi aprovada e homologada em maio desse ano.
O outro projeto de lei de
Filippini especifica as áreas e determina que seja “precedida
de autorização legislativa a alteração
da Área de Especial Interesse Urbanístico que afete
sua extensão, destinação, fim e objetivo”.
Estão aí incluídos as praças Santa
Terezinha, Dom Epaminondas, Monsenhor Silva Barros, Anchieta,
Coronel Vitoriano, Barão do Rio Branco, do Cristo Redentor,
Felix Guisard e Oito de Maio.
Além das praças,
estão incluídos os parques Doutor Barbosa de Oliveira
e Monteiro Lobato e mais o Horto Municipal Renato Corrêa
Penna. Esse projeto de lei foi aprovado por unanimidade, em primeira
votação, na terça-feira, 25.
Chico
Saad
A grande esperança
dos moradores da praça Santa Terezinha e de outras praças
é que Chico Saad, ambientalista assumido, que apesar de
votar a favor tenha levantado algumas dúvidas, abrace essa
causa e convença o prefeito de sua justeza, independente
da cor partidária do seu autor.