Por Paulo de Tarso Venceslau

Maria Lucila Junqueira Barbosa
reitora da Universidade de Taubaté

A reitora é bem humorada, porém consciente do ritual que o cargo exige. Há quase seis meses, (CONTATO 274) a professora Maria Lucila Junqueira Barbosa assumiu o compromisso de fazer uma avaliação preliminar no final do ano. Às vésperas do Natal, a reitora faz um balanço, reafirma que construirá um novo Hospital Universitário e comenta as recentes manifestações estudantis. Confira os melhores momentos:



Reitora Maria Lucila (Unitau) cumpre compromisso de campanha ao se colocar a disposição da imprensa

 

CONTATO - Como a senhora avalia esse período de 6 meses frente à Unitau?
Maria Lucila –
São cinco meses e 10 dias (risos). Avalio como positivo esse período principalmente porque houve colaboração de todos os segmentos dentro da comunidade universitária. Nós nomeamos grupos de trabalho. O primeiro foi coordenado pelo professor José Rui de Camargo, que é nosso vice-reitor, para levantar a situação de todos os imóveis da universidade. Não apenas a parte legal, mas também [a parte] física dos 43 imóveis dos mais variados tamanhos. Alguns estão em bom estado outros em péssimo estado.

 

CONTATO – Qual seria um em péssimas condições?
Maria Lucila –
[O] prédio do Bom Conse-lho. Já estamos desativando o prédio para o próximo ano, principalmente a parte da frente que dá para a praça Marcelino Monteiro. Estamos fazendo algumas mudanças. O departamento de Biologia irá para um prédio novo. O Departamento de Enfermagem está sendo abrigado lá no Departamento da Informática. A prefeitura está nos ajudando em várias coisas. Estamos na fase de projetos. A Capela do Bom Conselho é outro compromisso nosso. Estamos trabalhando no projeto e enviando às secretarias de cultura para que possamos conseguir o benefício da Lei Rouanet. A Capela continua sendo “a menina de meus olhos”.

 

CONTATO – E por que a reforma na rei-toria?
Maria Lucila –
A reitoria estava precisando realmente de uma reforma, que é o prédio “principal” da universidade. A grade, como disseram, não é para impedir o aluno entrar. Foi uma questão de segurança para as pessoas que trabalham aqui dentro.

 

CONTATO – Quais outras reformas?
Maria Lucila -
Já começamos a recuperação, com recurso próprio, do Solar da Viscondessa. Com a Vila Santo Aleixo existe um impasse com a desapropriação que a prefeitura não pagou à Unitau, mas que já resolvemos. Existe também outro projeto para a Quadra D (CTI) feito pela prefeitura. Pretendemos construir um teatro de 700 lugares e mais uma área para exposições. Em relação aos demais imóveis, vamos recuperar o que for preciso.

 

CONTATO – Em que pé está o plano de carreira para os professores?
Maria Lucila –
Primeiro, existe a questão de plano de carreira para os funcionários, que não foi regulamentada ainda. Estamos fazendo estudo com a descrição de cada função [para que possamos] regulamentar o plano de carreira para ter promoção vertical. Para a área de professor, estou fazendo um redimensionamento de todos os professores. Precisamos mudar a forma de contratação desses professores. Hoje somos contratados por hora/aula. Vamos implantar jornada de trabalho como os professores querem.

 

CONTATO – E o segundo grupo encarregado de analisar a situação do HU?
Maria Lucila –
Já apresentou um relatório. Paralelamente [ao diagnóstico] vamos levantar as questões emergenciais para poder funcionar dentro de 2 anos e meio porque o objetivo é construir um novo hospital universitário. Estamos tentando sanar a questão emergencial. Os recursos destinados ao HU já foram absorvidos. A universidade não tem como colocar legalmente mais dinheiro no HU.

 

CONTATO – A integração não seria uma possibilidade?
Maria Lucila –
Estamos estudando. A integração está sendo levada a efeito e poderá ser uma solução para oferecer mais oportunidades ao ensino. Mas em função da situação atual do Hospital Universitário, essa integração ficaria meia “capenga”.

 

CONTATO – Algum outro destaque?
Maria Lucila –
A criação do cargo de Ouvidor eleito diretamente por alunos, professores e funcionário. Nosso primeiro Ouvidor é o professor [Benedito] Donizetti [Goulart, da Psicologia].

 

CONTATO - Desde que a senhora assumiu a reitoria, os alunos fizeram duas passeatas. Como analisa essa postura estudantil?
Maria Lucila –
Sou favorável a qualquer manifestação democrática desde que seja pacífica. Na primeira, eles serviram de massa de manobra para político demagogo. Falei e repito. A segunda, eu estive com o pessoal do DA da Medicina, mas eles não quiseram conversar. Sempre fui aberta a qualquer tipo de discussão. Eles só falaram em bolsa de estudo e quando fomos ver, boa parte [da comissão] estava inadimplente. Ou seja, eles não estavam tentando um benefício macro e, sim, [defendendo interesses] mais pessoais. Todas as reivindicações ou eu já atendi ou estou fazendo.

 

CONTATO – A senhora mantém a mesma opinião a respeito da estadualização ou federalização da Unitau?
Maria Lucila –
Eles [alunos] falam em estatização da universidade no [documento] que recebia. Se eu acreditasse nessa possibilidade eu seria a primeira a falar. Para mim não passa de demagogia. Mantenho a mesma posição. Não existe a menor possibilidade de que isso ocorra.

 

CONTATO – As ações para atrair alunos deram resultados no vestibular mesmo com a queda no número de inscritos?
Maria Lucila –
Nós tivemos uma diminuição de 16% no número de procura do ano passado para cá. É o mesmo índice da Fuvest. Hoje tenho uma informação de que houve queda no número de pessoas que procuraram o ensino médio. Isso conseqüentemente reflete no ensino superior. Então, avalio como um sucesso nosso vestibular. Tivemos 5.659 candidatos

 

CONTATO – E a pós-graduação?
Maria Lucila –
Temos 70 cursos de pós-graduação latu senso e cinco cursos de mestrados strictu senso recomendados pela Capes. Temos um doutorado em odontologia recomendado pela Capes. Na pós-graduação, nós vamos ter um número grande alunos no ano que vem.

 

CONTATO – O que Taubaté pode esperar da Unitau para 2007?
Maria Lucila –
Em primeiro lugar, a marca Unitau ser divulgada. Quero que em qualquer lugar que as pessoas olhem enxerguem a Unitau. Temos que colocar a Unitau não só no cenário regional, mas estadual e nacional. Estamos no cenário internacional também porque temos convênios com várias universidades do exterior. Nosso objetivo maior é o ensino.

 

CONTATO – E como avalia a Faculdade Comunitária de Taubaté, do grupo Anhanguera Educacional?
Maria Lucia –
Não posso avaliar porque não conheço.


 

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