Por Paulo de Tarso Venceslau

Quem avisa amigo é
Diante do silêncio obsequioso do prefeito e da ajuda explícita da prefeitura à Faculdade Comunitária, apesar de todos os riscos anunciados, só me resta apelar para o Ministério Público, um dos poucos porém eficientes recursos que o cidadão dispõe.

Meu amigo Fernando Ito, um escultor da beleza que sem ele permaneceria invisível, sugeriu que CONTATO pare de escrever sobre a Faculdade Comunitária de Taubaté, mantida (ou terceirizada?) pela Anhanguera Educacional: “Já encheu a paciência!”
O que você faria se, depois de tudo o que publicamos, você descobrisse que o vestibular da FCT foi realizado em escola pública municipal, fiscalizado por professores da rede municipal, com luz, água, faxina e outras cositas mas pagas pelo tesouro municipal com o meu, o seu, o nosso dinheirinho? Ito foi obrigado a concordar.
Como é a realidade que nos pauta, a FCT voltou à ribakta porque o vilipêndio ao erário (crédito para Bernardo Ortiz) está se tornando uma afronta ao cidadão que paga, religiosamente, impostos em Taubaté.
CONTATO mostrou e provou desde o ano passado que a pintura dos espaços públicos da cidade com a cor de terra meio alaranjada, que os técnicos da prefeitura disseram tratar-se da tiera di siena parecia tratar-se de uma campanha subliminar favorável à Faculdade Comunitária que usou a mesma cor para pintar seu prédios na antiga Fitejuta.
Posteriormente, as declarações públicas do prefeito de apoio à iniciativa do grupo Anhanguera Educacional chamaram a atenção uma vez que a Unitau que xiste há mais de 30 anos é uma autarquia municipal. E por mais que o senhor Antônio Carbonari Netto afirme que não se trata de uma concorrência por que a FCT deverá atuar em outra faixa de clientes, qualquer cidadão com QI acima de zero perceberá que se trata do mesmíssimo público.
E no domingo, 12, a FCT realizou seu primeiro vestibular. Um dos espaços utilizados foi a escola municipal José Ezequiel de Souza, no Jardim Humaitá. O outro foi o Colégio Idesa. Segundo o professor José Benedito declarou ao nosso repórter, ele não havia atinado às despesas do evento recairá sobre a prefeitura municipal.
Os professores da rede municipal, que fiscalizaram as provas, receberão horas extras em dobro por se tratar de uma atividade extracurricular em semana; a energia elétrica, a água e a faxina serão pagas com recursos da escola municipal são alguns exemplos visíveis a respeito de parceria muito estranha entre a prefeitura e uma empresa privada.
Depois de todas essas evidências, é inconcebível o silêncio obsequioso de nossa Câmara Municipal que a tudo assiste como se tratasse da coisa mais natural do mundo. Senhores vereadores, isso é uma vergonha.
Mas, como vivemos em uma República onde ainda prevalece o estado de direito (apesar do péssimo exemplo dado por nossos parlamentares que inocentaram mensaleiros confessos graças a um acordo espalhou mau cheiro por toda a nação), acreditamos que já é hora de fazer um apelo público ao nosso Ministério Público para que entre em cena para apurar as razões que teriam levado o ministro da Educação, Fernando Hadad, engavetar o processo feito pelo seu próprio ministério e que recebeu parecer do Conselho Nacional de Educação recomendando que a Anhanguera Educacional seja proibida de abrir novas unidades de ensino.
E, no esquema mais doméstico, que se apure desde as razões que levaram a prefeitura optar pela cor da Faculdade Comunitária em detrimento do azul e branco que são as cores oficiais da cidade até o uso de prédio público para realizar seu exame de vestibular com as despesas pagas pelo cofre público municipal.
Sei que é uma chatice para o leitor ter de enfrentar mais uma rodada de informações e análises a respeito da Anhanguera Educacional e de sua mantida Faculdade Comunitária de Taubaté. Com certeza seria muito mais fácil e mais agradável falar sobre temas mais amenos. Porém, se amanhã nossos jovens sofrerem os mesmos problemas como os vividos por alunos dessa mesma instituição em outras cidades – faculdade fechada por não preencher as exigências do ministério da Educação -, os prejuízos serão incalculáveis em todos os sentidos.
A inesquecível Velhinha de Taubaté se consultada sobre os previsíveis e anunciados simplesmente diria: “Oremos!”


 

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