Muita expectativa marcou a segunda inauguração da nova casa do Legislativo taubateano, que contou até com a presença do cantor Wanderley Cardoso. Em um evento político, quem deu o tom do discurso foram os representantes religiosos. Desta vez, a arenga ficou por conta deles.

Após quatro longos anos de espera, foi inaugurada na manhã de segunda-feira, 5, a nova sede da Câmara Municipal de Taubaté, localizada a Avenida Walter Thaumaturgo, nº 208. Cerca de 500 convidados acompanharam a cerimônia realizada no dia em que Taubaté comemorava 360 anos da elevação de povoado para a categoria de Vila.
Além do prefeito Roberto Peixoto (PSDB) entre outras autoridades políticas e militares, o evento reuniu parlamentares da atual legislatura e de gestões passadas, que foram homenageados. É o caso do advogado José Alves, vereador da segunda legislatura (1952-1956), o mais votado naquela ocasião.
O presidente da Câmara, Orestes Vanone, junto com o prefeito descerraram a fita inaugural e abriram as portas da nova casa do legislativo taubateano. No saguão de entrada, o cantor Wanderley Cardoso se encarregou de recepcionar autoridades e convidados. Lá dentro, a surpresa ficou por conta do descerramento das placas das 13 legislaturas. A primeira foi em 1948.

CONTATO – O senhor vê diferença entre a época em que foi vereador e hoje?
Dr. José Alves – As diferenças entre a época em que exerci a vereança (1952-1955) são extraordinárias. Hoje, vivemos a era da comunicação na sociedade da informação. Naqueles anos, praticamente nascia a televisão. E hoje?

CONTATO – Na época em que atuou como vereador, qual foi a grande dificuldade que encontrou?
Dr. José Alves – As grandes dificuldades não eram dos Vereadores ou do Prefeito. Eram basicamente do município cujas rendas eram diminutas comparadas com as receitas atuais. Após as reformas de 1964 e a Constituição de 1988, as rendas municipais aumentaram extraordinariamente. Os vereadores, naquele tempo, como hoje, eram os únicos representantes a quem o povo tinha acesso. Só os vereadores ouvem o povo.

CONTATO – E as dificuldades atuais dos vereadores?
Dr. José Alves – Hoje, os vereadores têm área mais extensa para prestar serviços à comunidade e exigir [seu cumprimento por parte] do Executivo. O Legislativo tem mais campo para colaborar e pleitear do Executivo. Os artigos 23, 29 e 30 da Constituição Federal mostram a amplitude de sua competência.

CONTATO – A Câmara de Taubaté, atualmente, concentra-se mais no assistencialismo social do que na discussão política?
Dr. José Alves – A Câmara jamais pratica assistencialismo. Ela atende à população carente e aos despossuídos em geral, que não têm a quem se dirigir. Na atualidade, nem as Igrejas atendem aos necessitados. O povo só conhece o vereador, que saiu do seu seio, que é parte sua.

CONTATO – Na sua opinião, era necessária a mudança do Legislativo para esse novo prédio?
Dr. José Alves – Não só o Legislativo tinha necessidade de um prédio novo com instalações condignas e à altura dos relevantes serviços que presta e da importância da cidade. O Executivo também necessita de novas instalações, modernas, funcionais, racionais, para o desenvolvimento de seus serviços e atividades. A higiene, a segurança do trabalho e a racionalização dos serviços exigem, em primeiro lugar, instalações adequadas. Taubaté e seu povo esperam isso da atual administração tão empenhada em servir ao bem comum.

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©Jornal CONTATO 2005