Por Duda Mattos

Anderson da Silva Ferreira, Gerente da Área de Cultura

 

“Quem é o Anderson?” era a grande pergunta entre os artistas.
“É o namorado da filha do prefeito; e muito jovem” era a única informação que circulava.
A curiosidade da classe artística era justificada, porque a arte em geral necessita de apoio dos órgãos públicos.
Sugeri, então, esta entrevista para o Jornal CONTATO porque praticamente ninguém conhece o novo gerente da área de Cultura da prefeitura. Como o prefeito não precisa necessariamente ser um amante das artes (mas seria bom que o fosse), é da capacidade do seu Gerente de Cultura que os artistas esperam uma Política Cultural que venha ao encontro de seus anseios. A expectativa a respeito dessa autoridade é que seja sempre um artista e que tenha bagagem cultural. Trata-se de uma expectativa mais que natural. Acredito que a classe médica, por exemplo, também prefira um médico experiente na Saúde e assim por diante...
Confira os melhores momentos dessa entrevista exclusiva.

Contato: Quem é Anderson da Silva Ferreira?
Anderson: Tenho 24 anos e sou formado em Administração e Turismo. Trabalho na área de cultura desde os 14 anos, época em que trabalhei numa multinacional na parte técnica. Aos 16, eu já trabalhava em promoção e divulgação de eventos. Montei uma empresa especializada em festas e um site. Desde pequeno já participava com meu avô de atividades de Jongo, Folia de Reis, etc. Em 2000, através das atividades que já desenvolvia com um site, fui convidado para ser o diretor de cultura do clube da Ford..

Contato: Qual a diferença entre eventos, que era a sua especialidade, e projetos culturais?
Anderson: A diferença é muito grande porque a Área de Cultura não fica especificamente
nos eventos. Abrange os eventos itinerantes nos bairros, as festas oficiais da cidade, cuida de todos os assuntos relacionados a museus, arquivo histórico, bibliotecas, grupos folclóricos da cidade.

Contato: Qual a função do Departamento de Cultura de um município?
Anderson: É levar a cultura e preencher a lacuna daquilo que fica faltando, estar ajudando a classe artística e divulgar a cultura. A grande defasagem hoje na parte cultural é a divulgação.

Contato: A função primordial do Departamento de Cultura, então, é divulgar?
Anderson: Não, não só isso. Há um conjunto de coisas.

Contato: Qual a política cultural que deverá ser implantada nesse governo?
Anderson: A administração do prefeito Peixoto prima muito pela qualidade do que faz. [O] exemplo são os ventos que vêm sendo realizados.

Contato: Os artistas das diferentes áreas culturais gostariam de saber quais os seus planos para cada uma delas. Para Artes Plásticas, por exemplo, tem alguma coisa planejada?
Anderson: Para uma arte em geral, dança, artes plásticas e teatro, [por exemplo], o que falta são espaços para a gente estar divulgando esses trabalhos. Juntamente com a Luciana Peixoto, diretora do DAS, estamos com projetos que estão sendo desenvolvidos para serem implantados ainda nesse ano. Um deles é o Portal das Artes, que vai ser ali no [prédio do] DECE. Um outro espaço é [o da] Estação da Ferrovia que vai ser transformado na Estação da Cultura. E uma outra atividade será o Projeto Arte nos Bairros.

Contato: Tem alguma coisa específica relacionada à música?
Anderson: A música, em Taubaté, sempre foi um ponto forte. Tanto a FAMUTA como a Orquestra Sinfônica, como as orquestrinhas como as Famutinhas, estão ganhando um grande incentivo [por parte] do prefeito Peixoto. Ele está dando manutenção nos equipamentos, compra de novos equipamentos, reciclagem dos músicos, está colocando aula nas escolas para crianças aprenderem música. E uma outra ação [feita] no primeiro mês foi o recadastramento de todos os músicos da cidade.

Contato: O que tem de bom para o teatro?
Anderson: Várias ações estão sendo feitas.A primeira é a parceria com a ASTTE (Associação Teatral de Taubaté). Também está sendo estudado a implantação da “lei de incentivo à cultura”.

Contato: Há projetos para os museus?
Anderson: Sim. Estivemos em reunião com a diretora do DEMA (Divisão Estadual de Museus e Arquivos). E em vários pontos, ela nos colocou que pode nos ajudar. Uma delas vai ser material técnico. Ela deverá enviar técnicos para a nossa cidade para ministrar cursos de reciclagem e melhoramento para a nossa equipe de museólogos e pessoal que trabalha no museu.


Anderson, Luciana Peixoto, Viviane, subprefeita de Quiririm, Nivaldo, acessor de Peixoto e dona Carmem, assistente social

Contato: Tem algum programa para fotografia e cinema?
Anderson: [Para] fotografia, está sendo estudada a possibilidade, de acordo com a disponibilidade financeira da Prefeitura, de aumentar o equipamento do MISTAU, e a aquisição de uma nova ilha de edição. Temos um projeto para implantar também um curso de Cinema e Fotografia. Estamos elaborando para o ano que vem um Concurso Fotográfico para a Memória de Mazzaropi.

Contato: E para literatura e folclore?
Anderson: Livros que estão sendo estudados para serem publicados. Nós tivemos agora o lançamento do livro da doutora Terezinha que trata de Monteiro Lobato. O folclore é muito amplo. Esse ano, a gente está com uma grande programação para Festa do Folclore. Vamos colocar, na Igreja do Pilar, um Presépio permanente nos fundos da Igreja, para que mensalmente possamos levar até a Igreja grupos de Folias de Reis.

Contato: Como você encara as “leis de incentivo” para projetos culturais?
Anderson: É muito importante essa lei de incentivo. Vamos ter um grande trabalho para colocar essa lei em vigor. Após a análise do departamento jurídico, estaremos colocando em votação na Câmara e tenho certeza que vai apoiar à Lei.

Contato: Eu mesma, quando vereadora, apresentei projeto de lei nesse sentido. Mas Taubaté nunca teve essa lei aprovada.
Anderson: Mas o prefeito já me falou que tem interesse de fazer isso porque ele quer que a cultura cresça cada vez mais. E, com os vereadores dando incentivo e apoio a essa lei, creio que será um processo de tramitação rápida.

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