Por Paulo de Tarso Venceslau e Jorge Fernandes

Uma riqueza se esconde sob as águas do Litoral Norte do estado de São Paulo: a reserva de gás natural do Campo do Mexilhão, também conhecida como BS-400, localizada na Bacia de Santos que se estende até o litoral fluminense. A Petrobrás, empresa estatal que domina a exploração de petróleo no Brasil, foi a vencedora do processo de concorrência internacional promovida pelo governo federal. Participaram dessa licitação empresas do porte da Shell, Texaco, entre outras.
O gás extraído por uma plataforma que está sendo construída será bombeado para um uma unidade de bombeamento e apoio logísitico que por sua vez deverá bombear o gás até Taubaté onde ele, gás, será lançado no sistema nacional de transporte de gás. Apesar da explicação extremamente simplificada, muitos recursos serão investidos nessas atividades com resultados ainda inimagináveis pelo poder público das cidades envolvidas.
A localização da plataforma, por exemplo, está sendo disputada pelos municípios de Ubatuba Caraguatatuba e São Sebastião porque, a cidade eleita receberá investimentos volumosos para a construção da unidade de bombeamento e apoio logístico. Para se ter uma idéia, estimativas preliminares apontam para o repasse de royalties – uma forma de pagamento a ser feito à cidade onde a plataforma e a unidade estiverem locaizadas– que pode chegar à cifra de R$ 150 milhões anuais.
A única decisão que existe é a construção de um city gate em Taubaté. City gate é a instalação destinada a receber o gás de uma unidade principal (Ubatuba, por exemplo, que recebeira o gás vindo do oceano) para lançá-lo na rede nacional espalhada por grande parte do território nacional. Hoje, a maior parte do gás consumido pela indústria e pela frota veícular provém da Bolívia. A crise política vivida por nosso vizinho chegou a ameaçar o fornecimento desse combustível não poluente.
Das três cidades litorâneas, Ubatuba saiu na frente. De acordo com a Petrobrás, o único município que apresentou dados (vídeo, fotografias e mapas) foi Ubatuba. Para o presidente da Câmara Municipal desta cidade, Jairo dos Santos (PT), isso é reflexo do interesse que a cidade tem na instalação da plataforma no litoral de Ubatuba. “A infra-estrutura de Ubatuba está adaptada para receber investimentos da Petrobrás”. Já o secretário de Habitação, Arquitetura e Urbanismo, Ari Jardim de Azevedo, é mais cauteloso. “A instalação vai depender da vistoria da Petrobrás que irá verificar as condições técnicas que a cidade oferece”, salientou. A vistoria, segundo o secretário, deve ocorrer nos próximos dias.

 


Vereador Jeferson Campos (PT) na frente dessa disputa

Reunião
No último dia 13, realizou-se uma reunião entre políticos de Ubatuba, Taubaté e a da Petrobrás, representada pelo sr. Guilherme Estrella, diretor de Extração e Produção, na sede da estatal, na capital fluminense. Tanto o presidente da Câmara de Ubatuba quanto o secretário de Habitação, Arquitetura e Urbanismo são unânimes em afirmar o êxito do encontro. “Apresentamos um projeto detalhado das condições que nossa cidade oferece a essa instalação como, por exemplo, porto e aeroporto”, ressaltou o petista Jairo dos Santos.


Guilherme Estrella, diretor de Extração e Produção

Outra vantagem, segundo o edil, é a SP-125, rodovia Oswaldo Cruz que liga Ubatuba a Taubaté. A Petrobrás decidiu instalar um city-gate em Taubaté. “A estatal visa, em seu planejamento estratégico, a instalação de uma base na nossa região”, acrescentou o vereador Jéferson Campos (PT), representado na reunião por seu chefe de Gabinete Paulo Roberto Coelho.
No próximo dia 20, o parlamentar vai se reunir com o prefeito Roberto Peixoto (PSDB) para discutir a implementação da City-Gate da Petrobras. “Na ocasião, iremos solicitar que o Executivo encaminhe uma carta de interesse à instalação da sub-estação”, salientou Campos.

Petrobras
“O GNV é econômico e menos poluente e tem conquistado motoristas em vários estados brasileiros, onde já existem cerca de 500 postos que comercializam o combustível, dos quais 170 têm a bandeira da Petrobras Distribuidora. Em relação ao item economia, a redução de custo por quilômetro gira em torno dos 60%.”. Além de veicular os próximos passos a respeito da exploração do gás natural. “A Companhia vai incentivar a oferta de gás em áreas do Brasil ainda não atendidas ou onde o potencial de consumo não foi plenamente alcançado. Num horizonte mais longo, continuará buscando novas utilizações para esse combustível, além de incentivar, ainda mais, o mercado de gás veicular, especialmente no transporte coletivo”.
Maiores informações sobre a Petrobras no site www.petrobras.com.br

 

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