Por Paulo de Tarso Venceslau


Claudio Vallim, consultor Sebrae, Albertino de Abreu, diretor titular CIESP, Carlos Nunes, diretor adjunto e João Bosco vice prefeito de Pinda

Cláudio Vaz, presidente do CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – sugeriu que suas 41 diretorias regionais comemorassem a Dia da Indústria com debates a respeito da reforma tributária. Joaquim Albertino de Abreu, diretor titular do CIESP em Taubaté e executivo da IFF Essências e Fragrâncias, uma grande multinacional instalada no Distrito Industrial do Una, imediatamente convidou um especialista. Cláudio Roberto Vallim, advogado e consultor da Unidade de Orientação Empresarial do SEBRAE/SP, foi o convidado.
As fortes chuvas que caíram em todo o estado impediram que a cerimônia fosse aberta pelo diretor titular. Carlos Inocêncio Nunes, diretor adjunto, abriu a cerimônia e correspondeu às expectativas. Depois de um início formal a respeito da data, disparou: “Quem já viu algum banqueiro na TV reclamando de alguma coisa? Quando a gente entra em um banco dá dó do banqueiro. Tudo o que ele faz no banco é determinado pelo Banco Central: o preço dos serviços, dos talões de cheque, dos juros etc., etc.” E acrescentou. “Qualquer lei aprovada nesse país é pré-chancelada pelos bnacos”.
Como diria José “Macaco” Simão, nada mais anti-tucanês. Ou para quem prefere, o lulês é mais fácil. No caso, Nunes foi direto ao ponto. Em poucas palavras, resumiu o clima que impera no meio industrial. A reforma tributária, objeto do debate, que deveria ter sido aprovada em 2004, já é considerado um cadáver insepulto. Só não vê (ou enterra?) que não quer. Principalmente depois que foi vinculada a outras duas reformas: a sindical e a trabalhista.

Reforma Tributária

Vallim, especialista no assunto, com muita didática, relatou que a reforma tributária é debatida desde o governo de FHC. Mas por que não anda? “Porque o Brasil é uma república federativa formada pela União, estados e municípios e cada um desses entes possui suas respectivas competência. E quando uma proposta afeta qualquer um deles com redução de receita a coisa (reforma) pára”.
Vallim avança: “A grande questão é a seguinte: qual será a parte de cada ente federativo? Como compensar a eventual perda? É bom lembrar que no Brasil o Congresso Federal é bi-cameral formado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados. O primeiro representa os estados e o segundo os cidadãos, o que provoca conflitos. Os projetos de leis aprovados por um é rejeitado por outro. E nada se aprova.”
O consultor do Sebrae reforçou a tese já apresentada por Nunes de que a reforma tributária não deverá ser votada em 2005 e nem em 2006 por uma razão que o cidadão comum já percebe através dos noticiários: “todas as atenções já estão voltadas para as eleições de 2006”. Além disso, existe uma pressão muito gran de para que se aprove a reforma sindical antes que a trabalhista. Sobre esse assunto, CIESP e FIESP já firmaram a posição de discutir as duas juntas. Albertino de Abreu, que conseguiu chegar mais tarde em razão das fortes chuvas, reafirmou essa posição.

Que fazer?

Essa é a pergunta mais ouvida na platéia. A preocupação dos empreásarios nada tem a ver com a expressão “Que fazer?” nome de um livro de Lenin a respeito da revolução russa antes de sua vitória em 1917. Muito pelo contrário. Eles buscam o melhor forma para desobstruir o caminho para o desenvolvimento que passa necessariamente pelo bom desempenho do nosso parque industrial.
Dianta da provocação feita por Nunes sobre “o que fazer e como agir? Vallim recomendou que o CIESP convide parlamentares para participar de atividxade como aquela com dois objetivos: obter informações sobre o andar da carruagem da reforma tributária em Brasília e também para que os parlamentares transmitam aos seus pares a precocupação do setor industrial.
Um coquetel patrocinado pelo grupo Mogimpex, especializado em logística internacional e assessoria aduaneira, e pela GR Refeições encerrou o evento,.

Prefeitura de Taubaté ausente mais uma vez


CIESP com destaque para vice-prefeito de Pinda João Bosco

Na reunião de trabalho realizada em Pindamonhangaba, no dia 12 passado, o prefeito João Ribeiro fez questão de prestigiar o evento realizado na sua cidade. Na terça-feira, 24, foi a vez de João Bosco, vice-prefeito de Pinda contribuir com idéias e sugestões para o debate que se seguiu.
Curiosamente, apesar de o evento se realizar em Taubaté, não havia uma única autoridade municipal presente no evento que comemorou o Dia da Indústria. Os dados da Fundação SEADE mostram que em 2002, último ano disponível, a indústria contribuiu com 61,7% do Valor Adicionado Total e com 54,3% do PIB do município. Será que, diante desses dados, nossas autoridades ainda pensam que a Capital do Vale ainda é agropastoril?
Diante da pergunta se a Prefeitura havia sido convidada o representante do CIESP foi direto ao ponto: “A Prefeitura sempre é convidada”.

 

 

Ficha técnica

O Dia da Indústria foi criado pelo Decreto Nº 43.769, de 21 de maio de 1958.
O CIESP foi fundado em 1928 e sua primeira dirietoria contou com personagens que marcaram nossa história como Horácio Lafer, Jorge Street, Francisco Matarazzo, Roberto Simonsen, Plácido Meirelles e José Ermírio de Moraes.
A diretoria regional de Taubaté foi criada em 1950, compreende 28 cidades e se estende até Bananal. Além da sede em Taubaté possui representações em Pinda, Guará, Lorena e Cruzeiro. Sua atual diretoria é fomada por Joaquim Albertino de Abreu (titular), da IFF Essências e Fragrâncias, e os adjuntos Carlos Inocêncio Nunes, da Guanacre Indústrias Alimentícias e Fábio Soares Duarte, da Olgber Especialidades Ltda.

 

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